Roger Waters se pronuncia sobre recentes acusações do figurino utilizado em turnê: ‘É uma declaração em oposição ao fascismo, injustiça e fanatismo’

Cantor foi acusado de estar fazendo apologia ao nazismo

Postado em: 29-05-2023 às 17h18
Por: Victória Vieira
Imagem Ilustrando a Notícia: Roger Waters se pronuncia sobre recentes acusações do figurino utilizado em turnê: ‘É uma declaração em oposição ao fascismo, injustiça e fanatismo’
A foto mostrou o cantor utilizando uma jaqueta preta com uma braçadeira vermelha, representando a marca da suástica com dois martelos cruzados | Foto: Reprodução

Roger Waters veio até as redes sociais se pronunciar sobre as recentes acusações envolvendo o traje em que ele utilizou durante uma apresentação da turnê “This is not a drill” em Berlim, Alemanha. Na ocasião, o músico estava utilizando uma roupa com elementos ligados a representações nazistas e acabou levantando suspeitas na polícia alemã, que abriu uma investigação contra o fundador do Pink Floyd.

Segundo o artista, o traje era uma crítica ao facismo e intolerância.

“Minha recente apresentação em Berlim atraiu ataques de má-fé daqueles que querem me caluniar e me silenciar porque discordam de minhas opiniões políticas e princípios morais”, alegou Waters.

Continua após a publicidade

O uso da vestimenta gerou bastante polêmica nas mídias sociais, que chegaram a questionar se era uma atitude contra o fascismo e autoritarismo. A foto mostrou o cantor utilizando uma jaqueta preta com uma braçadeira vermelha, representando a marca da suástica com dois martelos cruzados.

“Os elementos de minha performance que foram questionados são claramente uma declaração em oposição ao fascismo, injustiça e fanatismo em todas as suas formas. As tentativas de retratar esses elementos como algo diferente são dissimuladas e politicamente motivadas”, continuou o cantor.

Desde 1980 o cantor utiliza elementos como esse para criticar a postura de governos fascistas. Esse figurino já havia sido utilizado no álbum do Pink Floyd “The Wall”. O músico não deixou de citar esse fator em seu comunicado.

“A representação de um demagogo fascista desequilibrado tem sido uma característica dos meus shows desde ‘The Wall’ do Pink Floyd em 1980”, afirmou.

Em um ato da turnê, Rogers homenageia Anne Frank, uma jovem judia vítima das atrocidades nazistas, morta em um campo de concentração, e Shireen Abu Akleh, jornalista que morreu em maio do ano passado durante um conflito israelense. O cantor se declara pró-Palestina e condena todo e qualquer tipo de causa israelense.

“Passei minha vida inteira falando contra o autoritarismo e a opressão onde quer que os veja. Quando eu era criança, depois da guerra, o nome de Anne Frank era frequentemente falado em nossa casa, ela se tornou um lembrete permanente do que acontece quando o fascismo não é controlado. Meus pais lutaram contra os nazistas na Segunda Guerra Mundial, com meu pai pagando o preço final”, ressaltou.

“Independentemente das consequências dos ataques contra mim, continuarei a condenar a injustiça e todos aqueles que a cometem”, finalizou o músico.

Contudo, ao que parece, a polícia alemã não enxergou o cenário deste modo e disse que “a atitude do cantor pode ser utilizada para glorificar ou justificar um regime nazista”.

“Estamos investigando uma suspeita de incitação ao ódio público porque as roupas usadas no palco podem ser utilizadas para glorificar ou justificar o regime nazista, perturbando a ordem pública”, explicou o porta-voz da polícia de Berlim, Martin Halweg. “Estamos investigando e, após a conclusão do procedimento, transmitiremos as informações ao Ministério Público para uma última avaliação jurídica”, afirmou.

Veja Também