Saiba sobre os bastidores da reunião tensa envolvendo herdeiros de Gugu

Em mensagens filha expõe motivo para apoia a mãe no reconhecimento da união estável

Postado em: 31-05-2023 às 16h34
Por: Cecília Epifânio
Imagem Ilustrando a Notícia: Saiba sobre os bastidores da reunião tensa envolvendo herdeiros de Gugu
Saiba sobre os bastidores da reunião tensa envolvendo herdeiros de Gugu | Foto: Reprodução/ Redes sociais

A confusão em torno da herança do apresentador Gugu Liberato, morto em 2019, acaba de ganhar mais um capítulo. Ocorreu, na semana passada, a primeira audiência para determinar se Rose Miriam di Matteo tem ou não o direito a parte da herança do apresentador, um patrimônio avaliado em 1 bilhão de reais. Rose é mãe de João Augusto, de 21 anos, e das gêmeas Mariana e Sofia, de 19 anos, e vem lutando na Justiça pelo reconhecimento de união estável com Gugu – algo defendido pelas filhas e negado pelo filho. Ao mesmo tempo, o chef Thiago Salvático também luta para que a Justiça reconheça sua relação estável com Gugu. Em dezembro de 2022, o Tribunal de Justiça de São Paulo julgou a relação de Salvático e Gugu como “clandestina” e apenas “amizade”. O chef recorre da decisão.

O colunista Valmir Moratelli, da Veja Gente, conseguiu, com exclusividade, acesso a trexos sem segredo de Justiça do processo em tramitação, que evidenciam o motivo pelo qual as meninas apoiam a mãe: de acordo com Marina, ela teria vergonha de ser reconhecida como filha de uma “barriga de aluguel” e teme desvio do patrimônio do pai. Ficou claro que as filhas temem pelo reconhecimento da possível relação de Thiago com o pai.

Em ata do dia 20 de setembro de 2021, a transcrição de uma videoconferência entre os filhos de Gugu e advogados expõe divergências calorosas dos envolvidos em relação a herança bilionária que será repartida entre eles.

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Logo abaixo iremos reproduzir parte do diálogo descrito na ata. Nele os filhos de Gugu, Marina e João discordam entremeados por “Dra. Angela” e “solicitante”, o advogado Carlos Eduardo Farnesi Regina, ambos da equipe jurídica da família Liberato.

Marina: Cuidar da gente em Orlando não é um projeto de vida?

Dra. Angela: Não. É um projeto de cuidadora. A sua mãe era uma cuidadora, a sua mãe pode ter sido contratada uma governanta alemã.

Marina: Ela não foi uma barriga de aluguel.

Dra. Angela: Igual…

Marina: É João, cê acha que a nossa mãe foi uma barriga de aluguel?

João: O quê?

Marina: Você acha que a nossa mãe foi uma barriga de aluguel?

João: ma ela concordou em fazer isso, essa foi a vida que ela quis.

Marina: Tá bom, mas a minha mãe… O meu pai escolheu por alguma razão. Não escolheu qualquer pessoa.

Dra. Angela: A sua mãe foi a única que aceitou. Essa é a diferença.

Marina: Ah tá bom. Fala mais, fala mais. Cê acha que nenhuma outra pessoa ia aceitar?

(…)

Marina: Se ela for reconhecida como união estável… Também nenhuma outra pessoa pode entrar no processo pra tentar também tirar o nosso dinheiro. Não ta certo isso?

Solicitante: Mas quem é essa outra pessoa?

Marina: O gay lá (risos)… tentou entrar no processo, cê acha que outra pessoa não ia entra?

Solicitante: A gente já cuidou dele.

Dra. Angela: É.

Marina: Tá bom. Eu tô falando de outra pessoa que pode tentar entrar, de outra pessoa que pode tentar entrar… Se ela for reconhecida… Qualquer outra pessoa pode entrar… Se ela for reconhecida…

Solicitante: …E ninguém ficou sabendo. Se para sua mãe que teve 3 filhos tá super difícil, você acha que pra alguém que…

Dra. Angela: Que foi namorado…

João: Exato.

Foto: Reprodução/ Trecho do processo

Quando o advogado Carlos Regina diz “A gente já cuidou dele”, ele está se referindo a Thiago Salvático, e seria no contexto de que tentaram fazê-lo desistir do processo. Em um outro momento da reunião na presença dos advogados, Marina diz que João nem olha mais na cara da mãe, Rose. João diz que não tem ódio da mãe, mas que está sendo atacado por ela. “Eu não consigo falar com ela, porque não me sinto confortável”, diz o rapaz.

Foto: Reprodução/ Trecho do processo

João ainda propôs que seja feito um acordo para que a mãe se sinta bem, mas nada de considerar sua união estável com o pai. Marina segue insistindo na hipótese.

Foto: Reprodução/ Trecho do processo

Por direito, Rose já tem uma casa em Aldeia da Serra avaliada em torno de 7 milhões de reais e uma reserva financeira de 500 mil dólares. Os filhos ofereceram um acordo no pagamento mensal de 100 mil reais, assim como o que é repassado para a avó. Mas Marina que que a união de Rose com o pai seja reconhecida.

Em mensagem enviada para João, Marina expõe o motivo de estar ao lado da mãe: não que ser reconhecida como a “menina que nasceu de uma barriga de aluguel”. Diz que essa seria uma “imagem ridícula”.

Foto: Reprodução/ Trecho do processo

Em sequência, João tenta se solidarizar com a irmão, mas continua afirmando que foi a “vida que a gente teve”. E continua: “O papai nunca quis ter um casamento, nunca quis morar com ninguém, mas ele queria filhos e ele teve a gente”.

Foto: Reprodução/ Trecho do processo

Em outro momento da conversa, Marina também expoõe seu medo de perder o dinheiro para qualquer outra pessoa que não seja a própria mãe, em uma tentativa de manter o patrimônio. “Se ela não for reconhecida como união estável, outra pessoa como o Thiago Salvático pode entrar em um processo contra a gente, e quem não iria querer tentar ganhar dinheiro, né?”, afirma.

Foto: Reprodução/ Trecho do processo

Já em outro documento anexado ao processo, um áudio que seria de Mariana e outro de Sofia exemplificaria situações em que Rose ficou ausente.

Foto: Reprodução/ Trecho do processo

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