Mesmo com apagão, 1º dia de desfile em SP é animado

Pela primeira os sambas foram interpretados pela Língua Brasileira de Sinais (Libras), o que permitiu deficientes viver a folia

Postado em: 07-02-2016 às 00h00
Por: Redação
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Pela primeira os sambas foram interpretados pela Língua Brasileira de Sinais (Libras), o que permitiu deficientes viver a folia

Apesar dos apagões e do atraso de mais de uma hora no primeiro dia de desfile das escolas de samba de São Paulo, o público foi bastante receptivo com a apresentação das agremiações no Sambódromo do Anhembi, na zona norte da capital paulista. Mesmo após a chuva que atingiu a cidade no início da noite, camarotes e arquibancadas, por volta das 2 horas, estavam praticamente lotados.

O desfile deste ano contou, pela primeira vez, com a interpretação dos sambas-enredo na Língua Brasileira de Sinais (Libras), o que permitiu a um grupo de pessoas com deficiência auditiva vivenciar mais profundamente a experiência do carnaval no Sambódromo. A iniciativa foi da secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida. 

Antes do início do desfile, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, disse que o carnaval dos blocos de rua já movimenta mais dinheiro na cidade que o das escolas de samba do sambódromo. Segundo ele, a estimativa é a de que os blocos movimentem cerca de R$ 400 milhões, ante R$ 250 milhões do sambódromo. A estimativa leva em conta o dinheiro do folião usado em hotelaria, alimentação, e outros gastos. “Os blocos de rua são mais dias, existem muitos blocos e tem na cidade inteira”, disse.

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A primeira agremiação a entrar na avenida foi a escola de samba Pérola Negra. Com o samba-enredo Do Canindé ao Samba no Pé, a Vila Madalena nos Passos do Balé, a agremiação contou a história de índios e negros que, fugidos da escravidão, refugiaram-se na região. As alas e o enredo se desenvolveram até os tempos recentes, quando o bairro passou a ser ocupado por intelectuais e artistas.

Empolgação

A Unidos de Vila Maria, uma das escolas mais aplaudidas na primeira noite de desfiles, levou para a avenida a história de Ilha Bela, cidade do litoral paulista. Índios, piratas e navegantes fizeram parte do enredo, elaborado pelo carnavalesco Alexandre Louzada.

A escola Rosas de Ouro empolgou o público com um enredo sobre a tatuagem e a arte corporal. Muitas pessoas nas arquibancadas agitaram bandeiras cor-de-rosa durante a passagem da agremiação. Os carros alegóricos lembraram o hábito de gravar desenhos no corpo desde as origens ancestrais. Os diferentes significados da pintura permanente na pele foram destacados no desfile: amuleto, proteção, ritual de passagem, devoção religiosa, prova de amor e vaidade.

Uma das escolas mais tradicionais da cidade, a Nenê de Vila Matilde, homenageou a artista Cláudia Raia. O desfile começou com uma referência à descoberta da vocação da artista, ainda na infância. As alegorias passaram pelo início da carreira de Cláudia como dançarina e evoluíram para a chegada ao cinema e aos trabalhos na TV

Já a Gaviões da Fiel trouxe otema É Fantástico! Imagine, Admire e Sinta. Com inspiração em romancistas, dramaturgos e até no espiritismo, a escola fez uma reflexão sobre a criação do homem no universo e o papel da imaginação na existência.

A Acadêmicos do Tatuapé fez uma homenagem à escola de samba carioca Beija-Flor de Nilópolis, agremiação que compartilha as cores (azul e branco) e o padroeiro – São Jorge. As alegorias fizeram referência aos desfiles da escola carioca que, ao longo de sua história, alcançou 13 títulos e 12 vice-campeonatos.

 

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