CRER apresenta projeto de pesquisa para tratamento da microcefalia

Estudo terá início em maio desse ano e contará com cerca de 12 pesquisadores

Postado em: 23-02-2016 às 10h08
Por: Redação
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Estudo terá início em maio desse ano e contará com cerca de 12 pesquisadores

Larissa Angélica- com assessoria

Na manhã desta segunda-feira (22) o Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (CRER) apresentou à Secretaria da Saúde do Estado de Goiás (SES-GO) um projeto de pesquisa para o tratamento de pacientes com a microcefalia. 

O projeto do estudo foi apresentado pelo superintendente executivo da Agir, Sérgio Daher, que administra o CRER, e pelo gastroenterologista e hepatologista, Heitor Rosa, na sede da SES-GO, liderado pelo Secretário da Saúde Leonardo Vilela. A pesquisa será coordenada pelo pesquisador Heitor Rosa.

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Segundo Heitor, serão cerca de 12 pesquisadores com diferentes linhas de estudo, cada um deles com uma parte da investigação. “São muitas as respostas que precisamos ter para sair da fase de palpites para a evidência científica.”

A pesquisa vai procurar respostas, como por exemplo, qual o melhor tratamento para bebês com microcefalia, se há diferenças anatômicas ou clínicas entre a microcefalia por zika e aquelas que têm outras origens e se existem diferenças na evolução clínica dos pacientes. 

Heitor ressaltou ainda que o tratamento e pesquisa serão realizados em paralelo e que o objetivo é exatamente descobrir métodos eficazes para a reabilitação das crianças com microcefalia. O estudo deverá ter início em maio desse ano.

Para o secretário de Estado da Saúde, Leonardo Vilela, o estudo preencherá uma lacuna dentro do rol de ações que vem sendo desenvolvidas em Goiás desde o mês de novembro. “Já estamos desde o ano passado focados no combate ao vetor, o mosquito Aedes aegypti, e ainda na busca por oferecer aos pacientes o melhor tratamento possível.”

Tratamento

Heitor Rosa ressaltou que, a partir da pesquisa, novas opções de tratamento poderão ser desenvolvidas. “Já existem processos tradicionais como os de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Neurologia. Mas nunca tivemos essa quantidade de bebês com microcefalia. E possivelmente, ao estudar mais essa malformação, novas técnicas de tratamento podem ser incorporadas.”

O médico destacou também que por ser uma unidade de referência para atendimento a bebês com microcefalia, o CRER tem condições para a construção da base de dados necessária para os estudos. “Uma vez admitida no CRER, a criança não precisa sair da unidade de saúde porque lá ela tem tudo para seu diagnóstico e tratamento. E essa base de dados não é algo que pode ser construído do dia para noite, mas precisamos dela para a avaliação de resultados.” 

A pesquisa deve estabelecer protocolos precisos de acompanhamento, coletar e ordenar dados, desenvolver um programa específico em Radiologia e formar uma soroteca dos pacientes, que consiste no armazenamento de amostras para investigação. “Este não é um estudo regional ou de Goiás. O que queremos é contribuir com o país na busca de soluções para o problema”, afirmou Heitor Rosa.

Em 2015 foram confirmados 12 casos de zika em Goiás. Este ano, até o fim de janeiro, foram confirmados 4 casos. Até o momento, nenhum caso de microcefalia com possível relação com zika vírus foi confirmado em Goiás. O levantamento abrange 2015 e 2016 (até o dia 03 de fevereiro). 

 

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