Exames médicos previnem fatalidades durante exercícios físicos

Homem morreu no Distrito Federal após participar de aula da modalidade crossfit

Postado em: 02-03-2016 às 08h00
Por: Redação
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Homem morreu no Distrito Federal após participar de aula da modalidade crossfit

Karla Araujo

Exigido por academias de ginástica e determinado pela Lei
Estadual Nº 12.881/96, o atestado médico é item indispensável para início da
prática de atividades físicas em Goiás. No Distrito Federal, os exames são dispensáveis.
Para começar a participar de aulas em uma academia basta que o aluno preencha
um questionário de prontidão.

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Mesmo os cuidados tomados pela academia Crossfit Selva, em
Brasília, não foram capazes de impedir a fatalidade que levou a morte de Roberval
Ferreira de Souza Júnior, 35, logo após uma aula de crossfit na noite de
segunda-feira (29). Em nota, o estabelecimento informou que lamenta a morte de
Roberval e que todas as providências cabíveis para evitar o ocorrido foram
adotadas. Ainda segundo a academia, todas as atividades são elaboradas por
profissionais de Educação Física. Roberval teve parada cardiorrespiratória.

Ricardo Prudente é co-proprietário de uma academia
especializada em crossfit localizada no setor Marista, em Goiânia, e é o único brasileiro
que trabalha para a marca Crossfit no Brasil ministrando cursos sobre a
modalidade. Ele explica que a atividade deve ser vista como qualquer outra.
Ainda segundo Prudente, não é possível colocar a responsabilidade do ocorrido
em Brasília no tipo de exercício que era realizado pela vítima.

“Infelizmente fatalidades acontecem. Há casos de pessoas que
morreram durante uma partida de futebol, por exemplo”, lembra o profissional.
Na academia administrada por Prudente, o atestado médico é exigido a todos os
alunos e também é recomendado que eles realizem avaliações de esforço e exames
cardíacos.

Modalidade

Formado em Educação Física pela Universidade Estadual de
Goiás (UEG), Prudente explica que o crossfit pode ser praticado por pessoas de
todas as idades. “Temos alunos de seis a 70 anos. A modalidade cresce tanto, porque
não tem rotina e as pessoas procuram isso. Cria-se também um ambiente de
amizade entre os alunos. A intensidade é boa e dá resultado”.

A macroscopista Vanessa Leite, 42, pratica crossfit há três
anos. Antes disso, ela era sedentária. Antes de começar a atividade, Vanessa
realizou exames de laboratório e cardiológicos. Em três anos, perdeu 18 quilos
e afirma que o exercício físico mudou sua vida e lhe deu mais ânimo para
realizar as demais tarefas. De acordo com Prudente, ao contrário do que muitos
pensam, o crossfit não é um “exercício louco em excesso”. O treino é próximo ao
limite físico e psicológico de cada pessoa, diz o especialista.

Fiscalização

O Conselho Regional de Educação Física (Cref) é a autarquia
responsável pela fiscalização dos estabelecimentos quanto à exigência de exames
médicos e outras especificidades, como aulas ministradas obrigatoriamente por
bacharéis em Educação Física.

A gerente executiva do conselho, Loraine Rios, explica que o
Cref faz rotas por todo o Estado realizando fiscalização nas academias de
ginástica. Quando chegam aos estabelecimentos, os fiscais pedem o atestado
médico dos alunos que estão no local. Caso os documentos não forem
apresentados, a academia é multada em até 35% do valor da anuidade paga ao
Cref. A punição pode variar caso o estabelecimento for reincidente.  

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