Dema diz que novas represas podem romper

Falta de pesquisas quantitativas sobre o assu

Postado em: 03-03-2016 às 00h00
Por: Sheyla Sousa
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Falta de pesquisas quantitativas sobre o assu

Em um trabalho que começou em 2001, a Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente (Dema) já identificou diversas represas que apresentam risco para moradores e rodovias. De acordo com o titular da Dema, Luziano de Carvalho, mais de 90% das represas goianas não possuem alguma das licenças necessárias para sua construção e manutenção. 

Em Goianira, por exemplo, entre tanques e represas, existem 30. “Se uma das barragens se romper, acontece uma tragédia na cidade, porque elas muito próximas”, afirma Carvalho. Ainda de acordo com o delegado, a cidade pode ser vista como o maior exemplo no Estado da falta de acompanhamento e respeito em relação às regras que disciplinam esse tipo de obra.

Em Goiás, não existe levantamento por parte da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Secima) ou Dema sobre a quantidade de represas que existem. O Instituto Mauro Borges de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos aceitou o desafio de realizar esse levantamento, mas o resultado da pesquisa deve ser divulgado apenas no fim do ano. 

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Segundo Carvalho, existe o défict de informação por causa da quantidade de represas construídas sem pedidos de licença. Multas são aplicadas, mas o principal, diz Carvalho, é que os proprietários regularizem a situação dessas represas e tanques. “Com isso, um profissional passa a acompanhar aquela barragem e isso pode evitar muitas tragédias. Rompimento de barragens são comuns em Goiás e isso não pode acontecer”, conclui. 

Vistoria

O gerente de fiscalização monitoramento e auditoria ambiental da Secima, Vitor Lenza Jr, explica que para construir uma represa, o responsável deve ter, pelo menos, as licenças de barragem, outorga e desmatamento. De acordo com ele, há muitos casos em Goiás de proprietários que não são orientados corretamente quanto à aquisição das autorizações e por isso são multados. Os valores são calculados levando em consideração a quantidade de hectares e a natureza da infração. 

Lenza Jr. esclarece que os 70 fiscais realizam visitas nas propriedades quando a licença é requisitada, durante a obra e depois da conclusão. “Isso é necessário para verificar se a obra seguiu o planejamento que foi aprovado”, afirma o gerente. Ainda segundo Lenza Jr., vistorias são realizadas de forma periódica, por regiões em todo o Estado. Porém, devido a dimensão territorial de Goiás e aos poucos fiscais, leva-se pelo menos um ano para completar um ciclo de visitas. 

Itaberaí

No dia 20 de fevereiro, uma barragem localizada no município de Itaberaí rompeu e a água deixou a ponte do km 61 da GO-070 completamente submersa. Engenheiros da Agência Goiana de Obras (Agetop) foram enviados ao local para avaliar os danos. A gerencia de fiscalização da Secima verificou que o proprietário da fazenda onde localizava-se a represa não tinha licença para construir a barragem. 

Por causa da destruição da vegetação em raio de 3 km, o dono da propriedade será multado em R$ 115 mil. Com o trânsito interditado, os condutores que desejem passar pelo local para chegar às cidades de Itaberaí e Itauçú precisam desviar pelo povoado de Ordália e retornar para Itauçú em seguida.

 

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