HMI colhe 100 litros de leite materno por mês

São 50 doadoras mensais que atendem aproximadamente 100 crianças

Postado em: 03-03-2016 às 08h00
Por: Redação
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São 50 doadoras mensais que atendem aproximadamente 100 crianças

Deivid Souza

A Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), braço da
Organização Mundial de Saúde (OMS) nas Américas, reconheceu, na manhã de ontem,
o Brasil como referência mundial em aleitamento materno. A OPAS levou em conta
os vários avanços e os bons resultados da Política Nacional de Aleitamento
Materno. O Brasil tem 72,9% dos bancos de leite humano do mundo e as
brasileiras foram responsáveis por 89,2% do leite doado.

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Em Goiás, um dos trabalhos mais importantes dentro da
Política Nacional de Aleitamento Materno, premiada pela OPAS, é o funcionamento
do Banco de Leite Humano (BLH), criado em 1999 e que funciona no Hospital
Materno Infantil (HMI). A média de coleta de leite no banco é de 100 litros por
mês, mas já aconteceu de alguns meses em que esse volume chegou a 400 litros. A
quantidade de 100 litros pode até parecer pequena, mas como alguns bebês
recebem quantidades inferiores a dez mililitros por refeição é possível “atender
um grande número de crianças”, frisa a coordenadora do BLH, Renata Machado
Lelis

A média de doadoras por mês é de 50 e aproximadamente 100
crianças são atendidas. Com mais de 11 anos de trabalho na área, Lelis elogia a
Política Nacional de Aleitamento Materno. “Nós percebemos paulatinamente o
aumento de mães que conseguem amamentar seus filhos por um período maior”,
avalia.

No local são
trabalhadas duas frentes principais. Uma delas é o incentivo ao aleitamento
materno, feito às mães que procuram o local com dificuldades de amamentar. A
outra frente é a conscientização de mães que têm perfil para doação. “O leite
doado passa por teste de acidez, pasteurização, teste microbiológico, por todo
um controle de qualidade do leite para depois, se aprovado no teste de controle
de qualidade, sobe para os bebês de UTI neonatal”, explica Renata.

Para ampliar o estoque do local, o banco conta com uma
viatura do Corpo de Bombeiros Militar (CBM) que faz a coleta na residência das
doadoras. Para pedir leite ou doar, é preciso entrar em contato com o banco
pelo telefone (62) 3956-2921.

Consciência

A auxiliar de controle industrial, Jouwyany Aparecida, 36, é
mãe pela segunda vez e faz questão de amamentar o bebê de cinco meses. Como
teve que deixar o filho em Itaberaí, a 89 quilômetros da Capital, na Região
Central do Estado, onde mora, ela procurou o BLH para fazer a doação e evitar
que pare de produzir o alimento durante os quatro dias que ficará longe do
pequeno. “Leite é saúde e graças a isso, até hoje o bebê tem muita saúde. O vínculo
com meu filho é muito bom”, disse emocionada.

A dona de casa, Elaine Pagotto, 39, também é mãe pela
segunda vez. O filho mais velho, de 15 anos, diz ela, tem saúde muito boa. Como
o bebê está na Unidade de Cuidados Intermediários Neonatal (Ucin) do HMI, ela
coleta o leite para encaminhamento ao banco. “Se meu filho (mais velho) não
tivesse mamado não seria tão forte. Ele é um menino muito saudável”, garante.

Vantagens

O leite materno é considerado “a primeira vacina da criança”,
porque passa para o bebê todos os anticorpos que a mãe desenvolveu nos últimos
meses. A médica pediatra, Eliane A. M. Fonseca, explica que o aleitamento
materno contribui para o desenvolvimento do sistema imunológico da criança e
estas são mais tranquilas, mas as vantagens não param por aí. “Ele recebe tudo
que ele precisa de nutrição adequada, relacionamento afetivo de alta qualidade
com mãe e familiares e a proteção contra infecções. De forma que é muito
difícil se deparar no consultório médico, mesmo as mães procurando um
consultório que o bebê está resfriadinho, é tudo ‘inho’ é tudo pouquinho, porque
ele tem uma carga alta de proteção por meio do aleitamento materno”, ressalta. 

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