Ela cai, mas acumulado ainda está alto

Valor da cesta básica em Goiânia estava em R$ 371,80 no mês passado, o 17º maior valor entre as 27 capitais

Postado em: 15-03-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Valor da cesta básica em Goiânia estava em R$ 371,80 no mês passado, o 17º maior valor entre as 27 capitais

Goiânia teve a quinta maior redução no preço da cesta básica entre as capitais no mês de fevereiro. Apesar disso, no acumulado do ano, o valor do conjunto de produtos – que engloba carne, leite, feijão, arroz, farinha, batata, tomate, pão, café, banana, açúcar, óleo e manteiga – ainda apresenta aumento de 10,79%.

Segundo dados do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) referentes a fevereiro, divulgados ontem, o valor da cesta básica em Goiânia estava em R$ 371,80 no mês passado, o 17º maior valor entre as 27 capitais. Com este valor, o goianiense compromete 45,92% do salário mínimo pelos produtos.

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“O trabalhador goiano cuja remuneração equivale ao salário mínimo necessitou cumprir, em fevereiro, jornada de 92 horas e 57 minutos, inferior às 97 horas e 07 minutos registradas em janeiro”, diz texto da entidade.

O valor da cesta em Goiânia em fevereiro representa uma variação de -4,29% em relação ao balanço anterior. Foi a quinta maior redução do mês entre as capitais. Ainda assim, o acumulado do ano em Goiânia está em 10,79%, colocando a cidade como a 9º capital com a maior inflação da cesta básica. Como comparação, Manaus e Aracaju, que apresentaram os maiores aumentos, tiveram variação de 19,05% e 18,43% nos últimos dois meses. 

“Em janeiro houve uma alta generalizada por uma série de fatores”, explica a supervisora técnica do Dieese, Leila Brito. “Nós tivemos problemas climáticos e elevação do dólar, que repercutiu em todo o processo produtivo, provocando alta de quase 15%”, afirma.

Elevação dos produtos

Em Goiânia, o produto que teve a maior redução foi o tomate, com -15,5%, seguido de perto pela batata (-13,11%). Conforme explicou a supervisora, o maior motivo para isso foi a alta, considerada “exorbitante”, que esses produtos tiveram em janeiro. “Chegou um momento de estafa, por isso a redução. Mesmo assim os preços continuam em altos patamares”, ressalta

No espectro contrário, o feijão teve o maior aumento (8,20%), à frente do óleo (6,49%). “No caso do feijão, nós estamos em um momento de quebra de safra. Tivemos aumento em janeiro e em fevereiro e a tendência continua”, conta Leila. “Já o óleo tem influência das cotações, das exportações. Questões como a alta do dólar também refletem no mercado interno”, complementa. (Thiago Burigato) 

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