Simuladores geram impasse entre Denatran e Sindicato

Donos dos Centros de Formação protestam por processos de CNHs sem aulas em simulador

Postado em: 17-03-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Donos dos Centros de Formação protestam por processos de CNHs sem aulas em simulador

Jéssica Torres

O impasse na exigência dos simuladores de trânsito continua. Isso porque, os Centros de Formação apontam que não há máquinas suficientes para suprir a demanda das 27 unidades da Federação.“Não tem equipamento para todos”, declara o presidente do sindicato dos donos de CFCs em Goiás, Belchior Pires de Queiroz.

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Em Goiás, apenas um centro de formação já possui o equipamento. Porém, Belchior ressalta que, até agora o software do sistema para que o equipamento passe a funcionar ainda não está pronto. “Exigem produtos que nem temos como usar ainda”, enfatiza o presidente do sindicato.

No País, conforme ele, existem apenas seis empresas licenciadas para venda do equipamento. Porém, Goiás, que conta com aproximadamente 700 autoescolas e habilita, todo mês, cerca de 10 mil condutores, precisaria de 200 simuladores para dar conta da demanda. 

Além disso, o prazo de 60 dias, segundo Belchior não é viável para solucionar o problema. “Precisaríamos de pelo menos 180 dias, depois de adquirir o produto para funcionar o sistema”, diz. Mesmo após reuniões com o Denatran, nada foi solucionado, e por isso o sindicato entrará hoje com um processo judicial federal contra o órgão.

Custo e prejuízos

Outra dificuldade para adquirir os simuladores é o alto custo do equipamento, com valor médio de R$ 40 mil, além de custo de manutenção mensal, encarecendo cerca de R$250,00 para os alunos. 

Enquanto isso, a estudante de Geografia, Jessyca Carvalho, 23, e milhares de processos para obtenção de CNHs continuam bloqueados. “Abri o processo em janeiro e só falta à prova prática. Agora sou prejudicada pela falta do simulador. Isso não está certo”, reclama. 

A gerente da Auto-escola Visão, Núbia Caldas, conta que os centros de formação também estão sendo prejudicados. “O bloqueio dos processos resultou em uma significativa redução na procura de alunos para tirar a carteira de habilitação”, lamenta.

O diretor financeiro da Associação dos Centros de Formação de Condutores do Estado de Goiás (Ascefego), Derli Fernandes de Oliveira, aponta que o maior prejudicado é o cidadão. Em busca de solução, donos de autoescolas protestaram em frente ao Detran. Derli garante que a paralisação continuará até o desbloqueio do sistema que autoriza a emissão das CNH’s.

Resolução

Em nota, o Detran-GO informa que desde o ano passado avisou quanto a decisão do Denatran. O órgão esclarece que em virtude dos representantes dos CFC’s assumirem o compromisso de implantar os simuladores de direção na Região Metropolitana em 60 dias, o sistema do Detran foi liberado, mas os processos que já chegaram na fase de agendar a prova prática, não tem prosseguimento sem o simulador.

“O andamento dos processos está inviabilizado devido à inadequação dos CFCs à resolução do Contran, que exigiu que os candidatos passem por 25 horas/aula de prática de direção, sendo cinco delas em simulador de direção”, diz o texto. O órgão diz ainda que entende a situação, mas segue o princípio da legalidade, e da Resolução 543 de 15 de julho de 2015 do Contran.

 

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