Goiânia tem quase 100% de aproveitamento de água

Anápolis também presenta índices positivos. O tratamento de esgoto é pouco em Aparecida

Postado em: 18-03-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Anápolis também presenta índices positivos. O tratamento de esgoto é pouco em Aparecida

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A despeito dos últimos dados divulgados sobre saneamento básico no País serem preocupantes, alguns municípios goianos aparentemente registram índices satisfatórios do setor. Grandes cidades como Goiânia e Anápolis apresentam cerca de 98% da população com aproveitamento da água tratada.

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Mesmo assim, essas cidades registram um percentual de perda geral de água de 34% e 43%, respectivamente. O índice considerado aceitável, mas ainda assim preocupante, seria abaixo de 15%. Em Anápolis, pouco mais da metade da população tem acesso ao esgoto, enquanto em Goiânia esse número sobe para quase 84%.

Os números são de um relatório feito pelo Instituto Trata Brasil  com base nos dados de 2014 do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), divulgados pelo Ministério das Cidades. Os dados revelam ainda que 24% de toda a água potável de Aparecida se perde com ligações clandestinas, desperdício, erros de medição ou vazamentos das tubulações. 

Aparecida configura entre os dez piores municípios com acesso à água potável no País. Na cidade, só 22% da população conta com esgoto encanado. O que significa que, de cada dez habitantes, somente dois têm o benefício. Se considerarmos o número absoluto da população (521 mil) o total é de menos de 115 mil habitantes com esgoto em suas casas. Número bem abaixo da média nacional que mostra que metade da população brasileira ainda não tem esgoto coletado em suas residências.

Os dados gerais da pesquisa Terra Brasil mostram que cerca de 35 milhões de pessoas nem sequer têm acesso a água tratada no País. “É um absurdo”, diz Édison Carlos, presidente executivo do Instituto Trata Brasil. Segundo Carlos, os índices de perdas de faturamento colaboram para formar um ciclo vicioso nas cidades com os maiores indicadores. Isso porque, quanto maior o índice, menor o retorno financeiro, o que diminui os investimentos na própria rede de saneamento.

Por meio de nota, a Empresa de Saneamento de Goiás (Saneago) explica que nos últimos cinco anos, foram investidos cerca de R$ 2 bilhões em obras de saneamento básico em Goiás. Novas unidades de tratamento de água e esgoto estão sendo implantadas, assim como ampliadas as redes de distribuição de água, adutoras, elevatórias, interceptores, ramais e ligações. Um total de 110 obras em andamento no Estado. 

Investimentos

A Saneago, responsável pelo serviço em mais de 225 municípios no Estado, assinou formalmente junto com outras oito instituições, em novembro passado, o Termo de Cooperação para elaboração de Planos Municipais de Saneamento. A proposta é do Ministério Público de Goiás (MP-GO) e é coordenado pela promotora de Justiça Alessandra de Melo Silva. A iniciativa foi impulsionada uma vez que o Plano de Saneamento Básico é condição de validade dos contratos de programa e diretrizes gerais para o saneamento.

A promotora afirma que dos 243 municípios goianos, quase 200 apresentam resultados positivos atualizados com relação ao planejamento de saneamento. Sem apresentar dados, ela explica que essa questão do saneamento tem gerado muitas reclamações no MP, o que originou a criação do grupo.

Uma cartilha pedagógica foi desenvolvida pelo MP-GO, para auxiliar promotores em seus municípios quanto às estratégias de trabalho e orientações de atuação do Plano. “Buscamos estimular a mobilização dos municípios para que, de forma participativa, elaborem e regulamentem seus instrumentos de planejamento e gestão nas áreas de infraestrutura”, garante a promotora.

 

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