34 países carecem de apoio para alimentar população

Desse número, 27 são países africanos. Conflitos civis e variações climáticas acentuam queda da produção de alimentos nestes países

Postado em: 18-03-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Desse número, 27 são países africanos. Conflitos civis e variações climáticas acentuam queda da produção de alimentos nestes países

A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) informou que, atualmente, 34 países precisam de assistência externa para suprir as necessidades alimentares de suas populações. A produção agrícola desses países – incluindo 27 nações africanas – foi severamente afetada por secas, enchentes ou conflitos civis.

Segundo o relatório da agência da ONU, divulgado no último dia 9 de março, estiagens associadas ao El Niño terão impacto negativo nas safras de 2016 em países do sul da África, mas também de outras partes do continente, como é o caso da Etiópia. Entre as nações que precisam de apoio internacional estão Djibuti, Chade, República do Congo, Malauí, Mali, Níger, Mauritânia, Burkina Faso, Lesoto, Madagascar, entre outros.

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A FAO destacou que conflitos persistentes no Iraque, na Síria, no Iêmen, no Afeganistão, na Somália e na República Centro-Africana (RCA) estão prejudicando o setor agrícola, agravando as crises humanitárias já existentes nesses territórios. Na maioria dos casos, confrontos acabam tendo desdobramentos para nações vizinhas, como Camarões e República Democrática do Congo, que recebem refugiados da RCA.

A agência da ONU também alertou para a situação da Coreia do Norte, onde uma produção menor afetará a segurança alimentar de famílias que já mantinham níveis extremamente reduzidos de consumo. Na maior parte da Ásia, estima-se que as safras de trigo e outros grãos serão volumosas.

“Mulheres somam 70% das pessoas que passam fome no mundo e são desproporcionalmente afetadas pela malnutrição, embora sejam responsáveis por mais da metade da produção global de comida”, constatou a relatora especial da ONU sobre o direito à alimentação, Hilal Elver.

A especialista independente apresentou sua avaliação ao Conselho de Direitos Humanos na véspera do alerta emitido pela FAO (8), Dia Internacional da Mulher.

Segundo Elver, a discriminação de gênero atinge as mulheres em muitos níveis, colocando obstáculos a seu acesso a alimentos ao longo de toda a vida.

Em países onde a mulher possui um status social “inferior” ao homem, é comum que elas recebam menos comida durante as refeições, apontou a relatora. Segregação baseada em gênero frequentemente vem acompanhada de outras formas de discriminação, envolvendo etnias, religiões, diferenças entre classes sociais e castas.

 

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