Cabeleireiros terão novas regras para trabalhar

Projeto em fase de aprovação final prevê que profissionais da beleza que ganham comissão terão que fazer um contrato de parceria com proprietários de salões

Postado em: 19-03-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Projeto em fase de aprovação final prevê que profissionais da beleza que ganham comissão terão que fazer um contrato de parceria com proprietários de salões

Rhudy Crysthian 

Está prestes a virar lei um projeto que pretende mudar as relações de trabalho entre os empresários e profissionais da beleza. A idéia é dar mais segurança jurídica para os salões e clínicas de estética e uma garantia a direitos previdenciários de cabeleireiros, maquiadores, manicures, barbeiros e afins que recebem comissão.

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O Senado analisa em regime de urgência uma medida que permite que os salões possam fazer contratos de parceria com esses profissionais, ou seja, contratá-los como pessoas jurídicas- como micro empreendedores individuais (MEI), por exemplo. De acordo com o projeto, a cota-parte que o profissional- parceiro receberá como pagamento não contará como receita bruta do salão e, portanto, estará livre dos tributos. 

A medida já é realidade nos salões, mas a falta de regulamentação colabora para a informalidade. Na prática, o salão faz um contrato de prestação de serviço onde o profissional recebe uma porcentagem pelo valor cobrado em determinado atendimento. De acordo com o presidente do Sindicato dos Profissionais de Barbearias, Institutos de Beleza e Afins (Sindibeleza-GO), Marcelino Lucena, a intenção é formalizar e legalizar essas relações. 

Marcelino comenta que atualmente é praticado um contrato similar ao de locação de espaço homologado nos dois sindicatos, dos profissionais e patronal. “Acreditamos que será uma medida muito positiva que vai beneficiar os dois lados da moeda. A ideia é tornar esse contrato legal”, esclarece. A formalização tramita há mais de dois anos no governo.

O sindicalista comenta que em se tratando das questões trabalhistas o próprio profissional poderá recolher impostos previdenciários para poder se beneficiar. Quem é contra o projeto diz que a transformação do empregado em parceiro precariza a situação do profissional.

Realidade

De acordo com a empresária, Valdereza Neves de Oliveira Reis, a medida pode sim garantir mais segurança para os salões e mais benefícios para os profissionais. Ela está à frente de dois salões na capital, com 30 profissionais atuando diretamente e conta que já foi vítima de tentativa de processos trabalhistas, mas o julgamento foi favorável à empresa. “Na ocasião, o juiz explicou que quando a empresa paga mais de 30% ao profissional ele é parceiro e a relação não é de empregado/colaborador”. Ela paga 50% de comissão. 

Em tempos de crise, o mercado de beleza sente menos esse impacto. Em Goiás existem mais de 20 mil salões de beleza, a maioria em regime de micro empresa, sem contar os informais. O setor é responsável por aproximadamente 90 mil empregos diretos. Segundo o presidente do Sindibeleza, a maioria desses salões nem alvará de funcionamento tem. O sindicato trabalha no incentivo à formalização das empresas.

 

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