Mais Médico chega ao extremo Norte do Brasil

No total, são 118 médicos cubanos, sete deles no município de Oiapoque. Atualmente, 93% dos médicos do Amapá são cubanos

Postado em: 20-03-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
Imagem Ilustrando a Notícia: Mais Médico chega ao extremo Norte do Brasil
No total, são 118 médicos cubanos, sete deles no município de Oiapoque. Atualmente, 93% dos médicos do Amapá são cubanos

Tema de música popular, nome de dupla sertaneja, título de livro e expressão tradicional da extensão territorial do Brasil. Não fosse o dito popular “do Oiapoque ao Chuí”, talvez o município do estado do Amapá não fosse tão conhecido. Entretanto, geralmente as informações que as pessoas têm sobre a cidade não ultrapassam a expressão idiomática, que traduz a extensão territorial do Brasil através das cidades que marcam os extremos norte e sul do país.

O estado do Amapá recebeu 118 médicos cubanos através do programa ‘Mais Médicos’, e sete destes foram para o município de Oiapoque. Hoje, aproximadamente 93% dos médicos no estado do Amapá são cubanos oriundos da cooperação com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), braço da Organização Mundial da Saúde (OMS) nas Américas.

“Eu mesmo nunca tinha ouvido falar do Oiapoque. Só conheci a cidade quando comecei a trabalhar aqui”, conta o cubano Leonardo Cabrera, supervisor da OPAS/OMS para o programa Mais Médicos nos estados de Amapá e Roraima.

Continua após a publicidade

Oiapoque fica a 550 quilômetros de Macapá, capital do estado do Amapá, e foi considerado o ponto mais setentrional do Brasil durante décadas. O que pouca gente sabe é que, em 1998, uma expedição descobriu que, na verdade, o ponto mais ao norte do país é o Monte Caburaí, em Roraima.

Euclides Bell Calzado é um deles. O médico cubano chegou a Oiapoque em novembro de 2013 e destaca a escassez de médicos que havia no município: “O primeiro problema era a falta de recursos humanos, de médicos na atenção básica, principalmente para uma população tão grande, necessitada e fronteiriça. Além disso, a atenção hospitalar era muito precária. E sendo um município tão distante da capital, não havia como tratar a população”.

As consultas são programadas, e as visitas domiciliares acontecem uma vez por semana. “Antes desses médicos chegarem aqui, nunca um médico tinha vindo na minha casa me visitar. O único que vem é o doutor Euclides. Ele vem na minha casa, me consulta, sabe o que está acontecendo comigo. Eu tenho a passagem com ele duas vezes por mês, às vezes até três vezes por mês. Isso foi uma maravilha para nós”, conta Maria de Jesus, paciente de Euclides.

 

Veja Também