Consumidor muda hábitos para salvar orçamento

De sabão em pó a arroz e feijão, nada escapa do ‘troca-troca’ de marcas para não deixar a compra de supermercado sabotar o bolso. Medida gerar economia de até 30% na compra do mês

Postado em: 20-03-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
Imagem Ilustrando a Notícia: Consumidor muda hábitos para salvar orçamento
De sabão em pó a arroz e feijão, nada escapa do ‘troca-troca’ de marcas para não deixar a compra de supermercado sabotar o bolso. Medida gerar economia de até 30% na compra do mês

RHUDY CRYSTHIAN

Com a economia atolada na recessão, a dona de casa precisa fazer um verdadeiro malabarismo financeiro para encaixar o orçamento da família com as despesas básicas da casa, para tentar salvar um sofrido estilo de vida adquirido nos anos áureos da economia fortalecida. Considerada a prior crise nos últimos 25 anos, o brasileiro amargou uma perda da renda de 0,2% no ano passado, comparado com o ano de 2014.

Parece pouco, mas se somados os aumentos de impostos, elevação dos combustíveis, desemprego e mensalidade escolar, a facada é sentida bem mais profunda no bolso do cidadão. Mesmo com a inflação abaixo do índice esperado, a expectativa para esse ano é de 7,5%, de acordo com o Banco Central. Para economistas, o ideal é o consumidor ser criativo e começar a testar outras opções de marcas na hora de encher o carrinho.

Continua após a publicidade

Marcus Antônio Teodoro, especialista em finanças e economia, alerta que o brasileiro deve analisar friamente se a economia realmente vale à pena. “Com a crise batendo à porta, os consumidores estão focando mais nos preços das etiquetas que na marca dos produtos como alternativas para manter todos os itens no carrinho de compras. Mas, às vezes o barato pode sair caro”, alerta.

Esse cenário faz o trabalhador ficar mais cauteloso e evitar extrapolar nos gastos. Comportamento observado principalmente entre os consumidores da classe C, que foram os que mais reduziram seus gastos em setores que englobam o varejo. “O brasileiro está mais criativo e mais econômico, mas em determinadas classes de produtos o rendimento deve ser tão analisado tanto quanto o preço”, afirma Teodoro.

Donas de casa

A presidente da Associação das Donas de Casa do Estado de Goiás, Keitty Abreu, salienta que existem nas prateleiras dos supermercados produtos similares aos de marcas famosas e, consequentemente, com preços mais atrativos e com rendimento agradável. “É importante estar atento aos rótulos nas embalagens e não ter medo de experimentar”, diz.

Existem produtos que a dona de casa usa, confia e não abre mão de trocar. “Nesses casos, dá para economizar em outros itens”. Keitty orienta que para não fazer feio na conta é avaliar o cardápio semanal da família e fazer a compra com base nessa sugestão.

Já a dona de casa em Goiânia, Marileide de Miranda Campos, precisa fazer compra para duas pessoas em casa. Nos finais de semana esse número pode chegar a seis. Ela afirma que se o consumidor não apostar em testar outras marcas com opções mais populares, ‘não sobrevive’.

Marileide comenta ainda, que sempre olha o preço e a qualidade do produto. Com um pouco de jogo de cintura, garante uma boa troca. Por exemplo, um arroz tipo 1 pode variar até R$ 3 de uma marca para outra. “R$ 2 daqui e R$ 3 dali, no fim das contas faz uma diferença boa”, argumenta.

A dona de casa calcula que gasta hoje com supermercado a mesma quantia que gastava há mais ou menos um ano, quando começaram a enxurrada de aumento de preços nos supermercados. Mas, para levar os mesmo itens ela teve que mudar os hábitos e trocar as marcas. “Assim compro os mesmo produtos sem gastar mais”, ensina.  

Veja Também