Um recomeço para os refugiados sírios no Brasil

Cerca de 2,1 mil refugiados sírios vivem no Brasil . É o caso de Hanan Dacka, e seus irmãos, que junto com seus pais percorreram um longo e difícil caminho

Postado em: 01-04-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Cerca de 2,1 mil refugiados sírios vivem no Brasil . É o caso de Hanan Dacka, e seus irmãos, que junto com seus pais percorreram um longo e difícil caminho

Hanan Dacka, 12 anos de idade, escuta com atenção enquanto sua professora, na escola pública Duque de Caxias em São Paulo, designa atividades em grupo sobre o mosquito Aedes aegypti e seu papel na transmissão do vírus zika.

Momentos depois, Hanan se aproxima de Maria Luiza e Andressa, duas novas amizades que ela fez desde que começaram suas aulas no 5º ano B, há apenas dois dias. Elas então começam a fazer a atividade de classe proposta e, entre conversas e risadas, preenchem a tarefa.

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“Eu amo estar no Brasil”, disse com um grande sorriso a refugiada síria. “Eu estou muito feliz por estar aqui. Eu tenho meus amigos aqui e minha professora é a melhor.”

Após quatro anos de guerra, Hanan, seu pai Khaled, sua mãe Yusra, seu irmão Mostafá e a pequena irmã Yara vieram para esta grande cidade há pouco mais de um ano, sob programa de visto humanitário do Brasil, que oferece àqueles que fogem do conflito na Síria a possibilidade de um recomeço.

Desde 2013, consulados e embaixadas brasileiras no Oriente Médio têm emitido vistos especiais em processos simplificados para permitir que sobreviventes de guerra possam viajar para o maior país da América Latina e solicitar refúgio assim que chegarem.

Apesar da distância geográfica, o governo brasileiro estendeu recentemente sua política de “portas abertas” por mais dois anos, para dar a mais pessoas a chance de reconstruir suas vidas após fugirem da guerra que já matou pelo menos 250 mil pessoas e levou mais de 5 milhões ao exílio.

Quando a Primavera Árabe chegou à Síria, em 2011, Khaled estava trabalhando em uma casa de câmbio em Idlib. Com a chegada dos protestos, inicialmente pacíficos e que se transformaram em conflito, a cidade histórica rapidamente tornou-se uma linha de frente sangrenta na guerra que já completou seu quinto ano. O controle da cidade sofria com esta amarga luta, passando das forças do governo aos diferentes grupos rebeldes e retornando ao governo.

 

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