TV por assinatura perde assinantes em Goiás

Em cenário de crise consumidor dispensa serviços importantes para o lazer da família. Operadoras querem vender internet fixa como pacote de dados igual no serviço móvel

Postado em: 02-04-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa

RHUDY CRYSTHIAN

A quantidade de pessoas que contrataram serviços de TV paga voltou a cair em Goiás. O número de TVs por assinatura perdeu 3,544 mil clientes em fevereiro no Estado e encerrou o período com 419,115 contratos firmados, ante 422,659 mil assinaturas em janeiro. Uma queda de menos de 1% no mês. Parece pouco, mas se a curva continuar decrescente pode chegar a mais de 10% até dezembro. O que corresponderia a quase 50 mil assinaturas a menos esse ano.

Balanço foi divulgado no final de março pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e obtidos com exclusividade pelo O Hoje. No País, fevereiro foi encerrado com 18,96 milhões de acessos de TV por assinatura. No segundo mês deste ano, o serviço estava presente em 27,94% dos domicílios brasileiros. Em Goiás, esse número é de 18%. O que significa que a cada 100 domicílios goianos, quase 20 contavam com o serviço de TV paga naquele mês. Bem abaixo da média nacional (quase 30).

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O gerente de marketing, Bruno Aquino, foi um dos goianos que cancelou sua TV por assinatura recentemente. Ele reclama que a fatura vinha um valor combinado e depois, sem aviso prévio, houve um aumento significativo sem justificativa. “A operadora na época alegou que meu pacote era promocional e que os benefícios haviam acabado, mas não foi o combinado em contrato então decidi cancelar”, comenta.

Ele reclama da qualidade da TV aberta, principalmente aos finais de semana, mas comenta que os pacotes encontrados estão muito caros pelo serviço prestado. “Minha família, principalmente, sente a falta do serviço em casa, mas não teve outro jeito, tive que cancelar”. Dada a pouca variedade da programação da aberta o gerente planeja um dia reativar a assinatura, talvez com uma operadora diferente, mas nem tem previsão de quando.

A microempresária Dyele Duarte ainda não cancelou sua assinatura de TV paga, mas garante que a medida está na próxima lista de cortes em casa. “O serviço já é caro e ainda teve reajuste recentemente. Está ficando difícil manter algumas mordomias, o jeito vai ser cancelar o mais rápido possível”, lamenta. 

Qualidade 

Considerando os indicadores das maiores prestadoras em 2015, o percentual de cumprimento de metas do serviço alcançou 78,0%. Esse patamar ficou abaixo do verificado durante o ano de 2014 (84,3%). Cada indicador possui uma meta associada que corresponde ao desempenho mínimo estabelecido para a adequada qualidade do serviço.

Das maiores prestadoras do serviço em Goiás, as que mais atendem aos requisitos da Agência é a Net e a Sky, com 78% e 69% de atendimento aos requisitos de qualidade exigidos pala Anatel. Isso não significa que o consumidor está satisfeito com a qualidade do serviço prestado por essas empresas e sim que elas se enquadram nas regras exigidas pela Anatel. A Vivo e a GVT, agora fundidas, foram as piores no ranking. A Oi ficou no meio da tabela (veja quadro).  

Internet fixa pode ser vendida como pacote de dados 

O Ministério Público do Distrito Federal deu dez dias para que as operadoras Vivo, Oi e Claro (NET) deem esclarecimentos sobre a suposta intenção de oferecer acesso à internet fixa somente por meio de pacote de dados, como ocorre com a internet móvel. Hoje, o serviço é cobrado de acordo com a velocidade da internet contratada. A suspeita do MP é de que as empresas passem a cobrar por uma cota mensal e limitada.

As empresas deverão enviar ao MP informações precisas sobre como querem cobrar pelos serviços de internet. Também devem encaminhar cópia de material publicitário dos últimos 12 meses e textos de contratos. Caso elas não respondam, o MP pode reiterar o pedido e, se for o caso, acionar a Justiça.

A Anatel deverá informar quais estudos foram realizados e qual o marco regulatório sobre o tema. Segundo a agência, o uso de franquia de voz ou dados é previsto, mas só pode ser aplicado se as empresas permitirem o acompanhamento do consumo e alertarem quando a franquia estiver próximo do fim.

 

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