Segunda-feira, 01 de julho de 2024

Combustíveis e alimentos puxam inflação de Goiânia

Índice fechou o mês de março com variação de 0,37%. Acumulado nos três primeiros meses do ano foi de 3,38%

Postado em: 06-04-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Índice fechou o mês de março com variação de 0,37%. Acumulado nos três primeiros meses do ano foi de 3,38%

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Apesar de praticamente estável, o Índice de Preço ao Consumidor (IPC) fechou o mês de março com leve alta de 0,37% para o goianiense. Bem abaixo dos 1,23% registrados no mês anterior. Categorias como transporte e alimentos foram os principais responsáveis pelo saldo positivo da inflação naquele período. No item transporte as constantes altas nos preços dos combustíveis foram os fatores que mais pesaram nas estatísticas. 

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No fechamento do primeiro trimestre do ano o IPC-Goiânia encerrou o mês de março em 3,38%, a menor variação desde 2012. No acumulado dos últimos 12 meses,  esse índice ficou em 11,33%. Os dados são do balanço mensal do IPC-Goiânia divulgado pelo Instituto Mauro Borges de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos, da Secretaria de Gestão e Planejamento (Segplan). 

De acordo com o gerente de pesquisas do Instituto, Marcelo Eurico de Sousa, no grupo dos transportes o destaque foi para as últimas altas nos preços da gasolina, álcool e diesel e o último aumento da tarifa de passagem de ônibus na Capital. Apesar do reajuste do transporte coletivo ter ocorrido ainda no início de fevereiro, o economista explica que houve uma fração residual no índice do mês seguinte. “Mas as altas dos combustíveis foi o principal vilão”, garante. 

O técnico de ar condicionado, Helionan Aparecido Simões, sentiu no bolso o peso da inflação em Goiânia no último mês. Ele explica que abastece de olho nas promoções dos postos para conseguir colocar um pouco mais de combustível no tanque do automóvel.

Ele roda em média 70 quilômetros diariamente, mas a cada parada no posto deixa uma média de apenas R$ 30. “Encher o tanque é praticamente impossível, ficou inviável. Está difícil trabalhar. Não sei onde vamos parar com tantas altas e com uma inflação tão elevada”, desabafa.  

Cesta básica pode custar até R$ 340 

A cesta básica fechou o mês com um salto de 6,5%, segundo a Segplan. Ante 2,59% no mesmo período do ano passado. Chegando a custar R$ 340. Isso representa um salto de 0,40% no valor da cesta básica para quem recebe um salário mínimo mensal. Eurico explica que, ainda dentro do grupo de alimentos, o leite longa vida, a batata e o tomate foram os principais itens que contribuíram para o aumento. “Com destaque para a banana prata que apresentou elevação de 17%”, enumera. Nesse grupo apenas o pão francês se manteve estável.

Dentro do IPC Goiânia os itens que puxaram para baixo a inflação na Capital no mês de março foram dentro dos grupos de habitação e despesas pessoais. “A redução da bandeira extra de cobrança da vermelha para a amarela foi o principal puxador do índice”, comenta Eurico.  

Remédios podem puxar inflação de abril  

Para esse mês, a Segplan espera um aumento ainda maior no índice de inflação ao consumidor. O principal fator, segundo o gerente de pesquisas do Instituto Mauro Borges, Marcelo Eurico de Sousa, será o ajuste de 12,5% nos preços dos medicamentos, anunciados no final do mês passado. Para o economista, por questões climáticas, excesso de chuvas ou falta delas, o grupo de alimentos também poderá ser um indicador que irá pesar nas pesquisas. 

Outro fator destacado pelo especialista é que a carne, o leite e o açúcar são commodities que já são muito favorecidas pelas altas de preços, e que ao mesmo tempo, podem sofrer com o período de entressafra, mas não acredita que ‘existe muito espaço para esses itens aumentarem ainda mais’. 

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), pesquisado pelo Instituto, abrange as famílias com rendimento de até cinco salários mínimos. São pesquisados preços de produtos e serviços em estabelecimentos comerciais varejistas, prestadores de serviços e concessionárias de serviços públicos. 

 

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