Enem seleciona mais de um quinto dos universitários no país

De acordo com Censo da Educação Superior, o exame foi usado neste ano para selecionar 2.383.110 estudants para o ensino superior em 2014

Postado em: 10-04-2016 às 12h00
Por: Redação
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De acordo com Censo da Educação Superior, o exame foi usado neste ano para selecionar 2.383.110 estudants para o ensino superior em 2014

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem)
seleciona mais de um quinto dos universitários do país. Apesar de o vestibular
tradicional ainda liderar os processos de seleção, de acordo com o último Censo
da Educação Superior, de 2014, o exame foi usado nesse ano para selecionar
525.482 do total de 2.383.110 que ingressaram no ensino superior, nas graduações
presenciais, o que equivale a 22% dos novos alunos.

O vestibular, na liderança, selecionou
1.669.161 estudantes. As avaliações seriadas, 12.538. Embora seja computado nos
microdados do censo, em 2014 foi a primeira vez que o dado foi divulgado na Sinopse,
mais acessível. O censo mostra que do total de estudantes que entraram no
ensino superior com o Enem, 219.479 foram aprovados em instituições públicas e
306.003 em particulares. As federais lideram o percentual de vagas ocupadas por
aqueles que fizeram o exame – 202.649 entraram com a nota no Enem -, o que
equivale a 65% dos 311.536.

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Os dados do censo mostram que o ingresso
pelo Enem cresce ano a ano. Em 2010, 244.362 ingressaram pelo Enem, o que
representava 13,6% dos 1.801.901 ingressantes. Em 2013, a seleção já estava
próxima ao patamar atual – o Enem selecionou 21,2% dos 1,9 milhão de novos
alunos.

Para o professor de português de ensino
médio do Curso Unico, Marcelo Freire, os dados são positivos e mostram a
importância do Enem. “Há alguns anos, o Enem se consolidou como excelente
mecanismo de seleção, embora não seja o objetivo primordial dele. O Enem é em
si um exame de avaliação do ensino médio, formatado para isso, as matrizes são
pensadas para saber o que o estudante adquiriu no ensino médio”.

O Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que
seleciona alunos para universidades públicas, ajudou a consolidar o exame,
segundo o professor. “O Sisu consolida a prova como altamente eficaz, serve
para diversas universidades, que têm muita credibilidade e que tinham
excelentes provas de selação”, afirma Freire.

Entre as particulares, no entanto, o exame
ainda é pouco usado para a seleção, além dos programas governamentais como o
Universidade para Todos (ProUni) – que oferece bolsas de estudo – e o Fundo de
Financiamento Estudantil (Fies), diz o diretor executivo da Associação
Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior (Abmes), Sólon Caldas. Em 2014,
16,3% dos estudantes entraram pelo Enem.

De acordo com Caldas, o fato de o exame ser
realizado apenas uma vez no ano e a demora na divulgação do resultado
dificultam o processo de matrícula nas instituições. “Quando a instituição faz
um vestibular tradicional, ela determina a data do vestibular e da matrícula.
Quando a seleção é feita por meio do Enem, tem que esperar o resultado. A
instituição não tem controle sobre ele, é o governo que determina”,
acrescenta. 

No ano passado, o Ministério da Educação
(MEC) anunciou a intenção de tornar o Enem online, o que possibiltaria que
a prova fosse aplicada mais de uma vez por ano. A ideia ainda não saiu do
papel. Segundo Sólon, isso aumentaria a adesão das particulares ao exame.

O Enem foi criado em 1998 pelo Ministério
da Educação, como um teste para avaliar as competências desenvolvidas ao longo
da educação básica. Em 2009 foi reformulado. Atualmente, a nota do Enem é usada
no Sisu, na seleção para bolsas na educação superior privada por meio do ProUni
e vagas gratuitas nos cursos técnicos oferecidos pelo Sistema de Seleção
Unificada da Educação Profissional e Tecnológica (Sisutec).

O resultado do exame também é requisito
para receber o benefício do Fies e participar do programa Ciência sem
Fronteiras. Para pessoas maiores
de 18 anos, o Enem pode ser usado como certificação do ensino médio. (Agência Brasil)

 Foto: reprodução 

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