“Tem certeza que esse bebê não é do seu namorado?”, ouve vítima de estupro

L.A.S, 28, tentou ser atendida durantes dois meses na capital, mas só conseguiu interromper a gravidez resultante de um estupro em São Paulo

Postado em: 14-04-2016 às 15h00
Por: Redação
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L.A.S, 28, tentou ser atendida durantes dois meses na capital, mas só conseguiu interromper a gravidez resultante de um estupro em São Paulo

A jornalista Rita Lisauskas publicou hoje (14) em seu blog ‘Ser mãe é padecer na internet‘, do jornal Estadão, os capítulos finais do drama
vivido pela moradora de Goiânia, L.S.A, de 28 anos. A mulher foi vítima de estupro
em uma festa na capital, que acabou resultando em uma gravidez.  Durante dois meses L. tentou realizar o
procedimento de aborto legal no Hospital Materno Infantil, conforme prevê a
lei, no entanto não conseguiu atendimento.

Lisauskas destacou que ao tentar registrar boletim de ocorrência
na Delegacia da Mulher de Goiânia, a vítima foi questionada se tinha certeza de que o
bebê não era de seu namorado. Mesmo com o documento em mãos, que sequer é uma
exigência para ter acesso ao procedimento – conforme prevê a portaria 1508
de 2005 do Ministério da Saúde – a vítima não foi atendida, pois a médica
responsável pelo aborto legal na unidade estava de férias.

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L.S.A só conseguiu ter atendimento médico em São Paulo, onde
realizou o aborto legal, depois de pedir ajuda a Lisauskas e ter o seu caso repercutido,
chegando à ONG Artemis, que conseguiu levá-la ao hospital Hospital Pérola
Byington no estado paulista. Além de ajudar L., a ONG também afirma ter denunciado o Estado
de Goiás às autoridades responsáveis, incluindo o Ministério das Mulheres,
Conselhos de Medicina e Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA. 

Foto: reprodução 

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