Em pé de guerra: crise acirra disputas na Rua 44

Com quedas nas vendas, feirantes cobram fiscalização para coibir concorrência “desleal”

Postado em: 16-04-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Com quedas nas vendas, feirantes cobram fiscalização para coibir concorrência “desleal”

Deivid Souza

Integrantes da Feira Hippie fizeram ontem uma mobilização para cobrar da Prefeitura de Goiânia mais fiscalização com relação aos feirantes e ambulantes da região da Rua 44, no Setor Norte Ferroviário, que . Com ânimos exaltados e diante de queda nas vendas, eles afirmam que vendas já caíram 60% por causa da crise econômica. Eles se reuniram na Praça do Trabalhador e anteciparam a montagem das barracas. Os feirantes questionam que a criação da Feira da Madrugada, que aconteceu para acabar com as vendas de ambulantes na região, mas não cumpriu sua função. Eles também questionam que o funcionamento dessa feira teria sido ampliado de dois para três madrugadas. “Nós queremos que o poder público haja e tire esse povo da (Rua) 44. Essa feira aqui foi criada para que se organizasse a (Rua) 44 e nada foi organizado. Fez foi estender a Feira da Madrugada”, reclama o vice-presidente do Conselho Fiscal da Associação.

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Muitos feirantes da Hippie afirmam que não estão mais conseguindo bancar as contas pessoais por causa da concorrência que derrubou as vendas. É o caso da vendedora de roupas, Sebastiana Viana, 54, que trabalha no local há 22 anos. “Criei duas filhas com o dinheiro daqui e estou velha, eu dependo da feira”, protesta.

Na manhã de ontem, mesmo com uma fiscalização em curso, ambulantes ocupavam parte das calçadas da Rua 44. Sem constrangimento, eles ofereciam cintos, camisetas, vestidos e blusas. O diretor de fiscalização da Secretaria Municipal de Planejamento Urbano e Habitação (Seplanh), Paulo Resende, afirma que a divisão tem oito fiscais para acompanhar o comércio de toda a Capital, o que ele considera “insuficiente”. Para Resende, outros fatores também complicam o desenvolvimento do trabalho. “Os ambulantes trabalham vendendo produtos nas mãos. Às vezes eles estacionam o carro na Rua 44, mesmo sendo proibido e com a parceria da SMT (Secretaria Municipal de Trânsito, Transporte e Mobilidade) que fiscaliza o local, e quando veem a fiscalização trancam a mercadoria dentro do carro. Quando o fiscal passa, eles começam a vender novamente”, conta o diretor.

Madrugada

A presidente da Associação dos Feirantes da Madrugada, Patrícia Mendes, rebate as críticas de que a 532 bancas estariam abertas em horário inadequado e explica que como às terças-feira o movimento era muito baixo, o funcionamento foi alterado para as madrugadas de quinta e sexta-feira. Ela argumenta ainda que os atuais ambulantes da Rua 44 não fazem parte da associação. “Não é o momento de disputas. Tem espaço para todos trabalharem”, acrescenta.

Segurança

Um grupo de homens que se apresenta como segurança tem atuado na feira. Feriantes afirmaram ao O HOJE que eles cobram uma contribuição. O líder do grupo, que se apresentou apenas como Galvão, afirmou que a ajuda financeira é “voluntária”. A Guarda Civil Metropolitana (GCM) admitiu saber dos seguranças e afirmou que eles são de responsabilidade da Feira Hippie.

 

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