Alto lucro do cigarro atrai quadrilhas

O alto valor agregado dos cigarros tem atraído atenção de quadrilhas de roubo e contrabando. Pelo menos duas grandes organizações foram identificadas

Postado em: 19-04-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa

O alto valor agregado dos cigarros tem atraído atenção de quadrilhas de roubo e contrabando. Pelo menos duas grandes organizações foram identificadas pela Delegacia Estadual de Repressão a Furtos e Roubo de Cargas (Decar) agindo na Região Metropolitana de Goiânia. Ontem, o titular da especializada, Alexandre Bruno, apresentou o resultado da ‘Operação Caipora’, que culminou na prisão de, Ezio Araújo Carvalho, 27. De acordo com a polícia, ele já foi envolvido em casos de roubo, e na semana passada estava em poder de aproximadamente 100 mil carteiras de cigarro contrabandeadas do Paraguai.

Os motoristas que distribuem cigarro na RMG relatam que os roubos são constantes. Um deles, que prefere não se identificar, trabalhou por dois anos no serviço e relata que era “normal” ser assaltado. “Tinha vez de eu ser assaltado duas vezes numa mesma semana”, recorda o homem de 32 anos. Ele contou ao O HOJE que, geralmente, um bandido aborda o motorista e assume a direção, levando o veículo para lugares menos movimentados, onde a carga é transferida.

O delegado contou que há alguns meses identificou a atuação de duas grandes quadrilhas especializadas no roubo de cigarros e chegou a prender integrantes dos grupos. “A Cargas (Decar) fez uma representação dessas pessoas, fez a prisão dessas pessoas, e ficou aproximadamente uns 60 dias sem ter nenhum roubo de carga de produto aqui dentro de Goiânia”, lembra Bruno.

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Os produtos roubados são oferecidos em supermercados e estabelecimentos de menor porte e geralmente vendidos abaixo do preço de mercado. Esses mesmos comércios são clientes de contrabandistas, como Ézio Araújo, que foi preso em um sobrado de luxo, em Goiânia. As cem mil carteiras, que estavam em poder de Ézio, são avaliadas em R$ 500 mil reais. Elas foram trazidas do Paraguai. As carteiras eram compradas por 50 centavos e revendidas por 5 reais.

A polícia acredita que ele era o maior contrabandista de Goiás. As investigações começaram há dois meses e a PC localizou o suspeito após iniciar a apuração de um roubo de carga na Capital, ocorrido na última quarta-feira. “Ele não era aquele delitivo, aquele que empunhava a arma, ia para a rodovia rendia caminhoneiros ele era aquele que estrutura financeiramente essa organização criminosa”, completa o delegado. Ézio pagou fiança e foi liberado no sábado. (Deivid Souza) 

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