Idosos em abrigo esperam dinheiro da prefeitura

Com paralisação parcial dos colaboradores casa de repouso de idosos cobra repasse de convênio para manter atendimentos

Postado em: 21-04-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Com paralisação parcial dos colaboradores casa de repouso de idosos cobra repasse de convênio para manter atendimentos

RHUDY CRYSTHIAN 

abrigo  de idosos Solar Espírita Apóstolo Tomé, no setor Finsocial em Goiânia, está atendendo de maneira parcial e por revezamento dos colaboradores desde janeiro desse ano. O local foi tema de uma reportagem do Jornal O Hoje na edição do último dia 8 de abril. Na época, a direção cobrava o repasse da prefeitura de Goiânia no valor de R$ 198 mil, referente a resquícios de verbas de 2014 e 2015. Esse ano, o contrato de parceria ainda não tinha sido assinado. O repasse seria de aproximadamente R$ 66 mil referente aos quatro primeiros meses do ano. 

Há mais de 20 anos em funcionamento, o local presta assistência para 42 idosos homens e mulheres. A casa corre o risco de fechar as portas caso a verba demore muito a cair na conta da entidade. A prefeitura argumenta que resquícios dos repasses de 2014 e 2015 não haviam sido efetuados porque a entidade não apresentou a prestação de contas na data estipulada. Já o convênio desse ano estaria em processo de negociação. 

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De acordo com uma representante do abrigo, Divina Lúcia dos Santos, a documentação da prestação de contas já foi toda regularizada e o convênio de 2016 já foi assinado depois que a reportagem do O Hoje esteve no local. 

Mas a gestora alega que a prefeitura não definiu uma data exata para esses dois repasses. “Sobre os resquícios de 2014 e 2015 a prefeitura disse que o repasse seria feito na próxima semana. Já o convênio desse ano, eles (a prefeitura) não deram uma data exata. Somente falaram que em 2016 o repasse seria efetivado. Mas 2016 tem até o dia 31 de dezembro”. A direção cobra uma data exata para o pagamento.

A Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas) confirmou que a documentação foi regularizada, mas que não teria uma data exata para fazer o repasse. Segundo a Semas, os repasses referentes à prestação de contas de 2014 e 2015 devem ser feitos nos próximos dias. Já o pagamento do convênio desse ano será pago no aditivo de 2016, que pode ser feito até julho. 

Salários atrasados

A diretora comenta que o abrigo conta com 27 colaboradores como guardas, enfermeiras, psicólogas, assistentes sociais, cuidadores que estão desde janeiro sem receber salário por conta da falta do repasse. O lar conta com duas alas, uma masculina e outra feminina, e todo o repasse da prefeitura é destinado para manutenção do imóvel e gastos administrativos. “Para tudo dependemos dos funcionários. Banho dos idosos, produção da comida, troca de roupa. Se não tivermos esse repasse nos próximos dias corremos o risco de não ter mais como cuidar dos nossos internos”, alega.

Os atendimentos dos colaboradores são realizados em forma de revezamento atualmente. “Um dia alguns funcionários vão trabalhar outro dia não. Como estão sem receber não tem como cobramos assiduidade. Esse revezamento é feito para os atendimentos não cessarem totalmente”. 

Sem uma data definida para o repasse a entidade segue com risco de fechar as portas caso os pagamentos não sejam efetuados o quanto antes. A Semas argumenta que a verba usada para os repasses dos abrigos é originada de dinheiro público e que os prazos de prestação de contas dos gastos precisam ser respeitados à risca para o bom andamento dos repasses, o que não aconteceu nesse caso. 

 

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