Esculturas são alvos de criminosos

Obras de madeira e argila são alvos de vandalismo e metais são cobiçados por valor comercial

Postado em: 28-04-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Obras de madeira e argila são alvos de vandalismo e metais são cobiçados por valor comercial

Karla Araujo 

Esculturas e monumentos existem para embelezar a cidade e torná-la mais agradável.  Porém,  são alvos de furtos e de vandalismo. O caso mais recente foi da obra “Os Dedos de Deus”, de Hélio Miranda, localizada na Praça Universitária, que teve duas peças furtadas na noite de segunda-feira (25). 

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Antônio da Mata, diretor do Museu de Arte de Goiânia,é enfático em dizer que as forças policiais têm obrigação de proteger esses objetos, mas cabe também à população contribuir na preservação do bem público. De acordo com ele, em casos de furtos, as peças escolhidas são sempre de bronze, o que revela o caráter financeiro das ações. As obras de madeira e argila são as preferidas para vandalismo. 

Da Mata lembra que a escultura da Praça do Violeiro, no Setor Urias Magalhães, também era alvo de destruição e furtos. O diretor afirma que há dez anos a escultura do violeiro estava completamente degradada e faltando peças. “Realizamos um projeto de revitalização e aumentamos a elevação para que as pessoas não pudessem mais tocá-la com facilidade”, afirma Da Mata. 

Na Praça do Avião, no Setor Aeroporto, o Caça F-8 doado pela Federação Aérea Brasileira (FAB), não escapou ileso. Depois de 15 anos da inauguração do espaço, a obra foi retirada do lugar e enviado ao Rio de Janeiro. No lugar foi colocada, com elevação, uma réplica do 14-BIS, obra do artista plástico Fernando Nolêtho. 

O diretor afirma que o Monumento ao Bandeirante, criado em 1942, localizado no Centro de Goiânia, também sofria depredações frequentes e, por isso, foi suspenso. Isso não impediu que um colete escrito “compra-se ouro” fosse colocado na escultura na semana passada. A roupa é usada por pessoas que trabalham na compra e venda de pedras preciosas no Centro de Goiânia. 

Praça

Além da obra de Hélio de Miranda, outra escultura foi completamente depredada na Praça Universitária. “Aves”, de  Angelos Ktenas, foi alvo de tentativa de furto. As partes superior e inferior da obra foram retiradas em ocasiões diferentes. Depois de recuperada, uma delas foi guardada na casa de Ktenas, onde ainda está. O artista informou ao O HOJE que aguarda a oportunidade de fixar o objeto no lugar novamente. O empecilho é que a base está guardada na Biblioteca Marieta Telles Machado e não há previsão para ser colocada no lugar de origem.

Capenas tem 79 anos, nasceu na Grécia e dedica-se às artes há 60 anos. Ele lamenta o ocorrido e afirma que na capital goiana “muitas pessoas são analfabetas de arte e só sabem destruir.” Ele lembra que uma vez viu o momento em que um pássaro tentava levantar um filhote que havia caído do ninho e quis representar a cena em uma escultura de bronze.

Recuperação

Já o monumento de Hélio de Miranda, feita de bronze fundido, deve ser recolocada na Praça Universitária nos próximos dias, de acordo com a Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg). A Polícia Civil suspeita que os responsáveis pelo furto sejam usuários de drogas. 

De acordo com o subcomandante da Guarda Civil Metropolitana (GCM), Valdemir Passos, as câmeras de segurança da prefeitura flagraram o momento em que um homem retirou a escultura do lugar. “Vamos localizar essa pessoa e em seguida encaminhar as imagens para a Polícia Civil”, afirma o subcomandante.

 

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