Programa amplia atendimentos

Deivid Souza Crianças que estudam na Rede Pública de Ensino de Goiânia, e não tenham o nome do pai anotado na certidão

Postado em: 29-04-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Deivid Souza

Crianças que estudam na Rede Pública de Ensino de Goiânia, e não tenham o nome do pai anotado na certidão de nascimento poderão ser atendidas pelo programa Pai Presente, que é executado pela Corregedoria-Geral da Justiça de Goiás. A iniciativa tem o objetivo de estimular o reconhecimento de paternidade de pessoas sem esse registro. As escolas da Capital estão recebendo notificações para que informem aos alunos que, eventualmente, poderão ser atendidos pelo programa.

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Além disso, os magistrados das comarcas do interior também estão sendo incentivados aumentar o número de atendimentos. O programa contabiliza, desde 2012, 13.642 atendimentos e pelo menos 5.195 reconhecimentos espontâneos de paternidade. O ano passado a iniciativa chegou a 100% das comarcas do Estado, com isso, só em 2015, foram 3.038 reconhecimentos espontâneos. O balanço também contabiliza a realização de 721 exames de DNA. Apenas 30% dos exames não confirma a paternidade.

O pedreiro, Paulo Pedro de Souza, 61, reside em Aparecida de Goiânia e sempre ouvia dizer que tinha uma filha em Inhumas, também na Região Metropolitana de Goiânia (RMG). Ele procurou o programa para abrir um procedimento e, depois de fazer o exame de DNA, assumiu a condição de pai da garota de sete anos. A menina reside com a avó e o visita a cada 15 dias. “Eu ficava com aquele sentimento no coração de dó dela. Minha filha sendo criada longe dos pais”, conta.

Para o juiz auxiliar da (CGJ-GO) e coordenador do programa, Ronnie Paes Sandre, a ferramenta é um importante ganho para a Justiça, pois reduz o número de processos que sobrecarregam e custam caro para o Poder Judiciário. “Não tenha dúvida que são processos a menos na Justiça, e isso é importante porque causa um impacto forte na parte de congestionamento do Poder Judiciário”, avalia.

Para o coordenador, os benefícios no reconhecimento de direitos dos filhos são enormes. “O processo gera direitos hereditários como herança e, dependendo da situação, você tem direito a benefícios alimentícios, que estão constitucionalmente garantidos”.

Emocional

A filha da estudante, Aline Leôncio Matias, 21, com um mês de vida, ainda não tem o nome do pai na certidão de nascimento, mas isso é questão de tempo. Elas foram aparadas pelo programa depois de o pai da garota se recusar a assumir a criança com o fim de um relacionamento. Aline conta que o processo foi rápido e tem um significado muito importante para a filha. “Eu pensei nela. Hoje tem muito essa questão do bullyng nas escolas e ela ia perguntar ‘quem é meu pai?’. Se não fosse ela eu não teria ido atrás. Eu conheço muita gente que sofre com isso”, afirma. 

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