Segunda-feira, 22 de julho de 2024

Abril tem menor inflação desde 2007, com 0,49%

Medicamentos e alimentos, como a batata inglesa que elevou o valor em 18,81%, foram os vilões para a alta inflação

Postado em: 05-05-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Medicamentos e alimentos, como a batata inglesa que elevou o valor em 18,81%, foram os vilões para a alta inflação

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O mês de abril registrou aumento inflacionário de 0,49% (março foi de 0,37%), o menor índice de abril desde 2007. A inflação desse ano, teve acréscimo menor em relação ao mesmo período do ano passado que anotou 0,61%. Com o resultado inflacionário desse ano, o acumulo do início do ano ficou em 3,89% e a taxa para os últimos 12 meses é de 11,20%. 

O reajuste de 12,5%, autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), no dia 31 de março, empurrou o índice de inflação dos medicamentos em 7,46%. A exemplo disso, teve alta nos anti-infecciosos de 8,35% e de 6,93% nos analgésicos. Os antialérgicos aumentaram 10,73% e o antigripal em 7,17%. 

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Os alimentos pesaram 0,52 %. Número menor do que em maio, que registrou 0,73%. A batata inglesa lidera a lista, com alta de 18,81%. Em segundo aparece a cebola com 7,74%, feijão carioca cresceu 5,06%, pão francês em 4% e o leite longa vida teve acréscimo de 2,05%. Os lanches fora de casa ficaram mais caros também. As coxinhas, por exemplo, anotam 2,94% seguido pelo misto quente, 1,64%. 

O gerente de Pesquisas Sistemáticas e Especiais da Secretaria de Estado de Gestão e Planejamento (Segplan), Marcelo Eurico de Sousa, relata que o motivo para o crescimento dos alimentos é devido ao aumento da chuva no início do ano. “No caso dos pães, por exemplo, a chuva e o elevado valor do trigo ajudaram o alto índice”, explica.  

Queda

Diante de tantos aumentos, a boa notícia foi o tomate, que caiu 20,97%. A maçã teve queda de 9,56%, cenoura 8,50% e banana prata 6,33%.  A diminuição na porcentagem ajudou a inflação de abril não ser tão alta. 

Sousa atenta que essa realidade não é somente no Estado de Goiás, mas em todo o País. O grupo de Habitação foi outro fator de contra peso. Destaque para a conta de energia elétrica que diminuiu 2,70%. Outras despesas pessoais também caíram, como os brinquedos, 2,09% e cigarro, 0,74%. De todo os 205 produtos examinados mensalmente pelo Segplan, 111 aumentaram, 31 ficaram estáveis e 63 tiveram variação negativa.

Cesta básica 

Para o consumidor comprar 12 itens da cesta básica, ele terá que tirar do bolso R$ 341,14. O valor subiu 0,32%, número alto em comparação ao salário mínimo de R$ 880, que não apresentou aumento. Ela cresceu 20% em relação a 2015, que custava R$ 285,94, 98,77% a mais que o salário mínimo. 

No mês de maio, Sousa informa que não há previsão da condição inflacionária, mas já adianta que os medicamentos não serão os vilões.  Os alimentos como a batata, leite e feijão se manterão em alta. 

Susto 

A professora, Fábricia Zago Silva Borba, 38, assustou-se  quando viu o preço dos alimentos. Como alternativa para driblar a inflação, vai atrás de promoções. “Quando não tenho saída eu tiro do consumo. O preço da batata e do feijão foram os que mais me horrorizaram”, diz. 

Em sua casa, Fábricia regra seus dois filhos em relação ao desperdício. Já para o leite, ela não tem saída, encara o valor alto. A professora se preocupa e indaga aonde a situação irá chegar. “Cada dia o trabalho fica mais pesado e fico com menos dinheiro. Assim está difícil”, desabafa. 

Danielly Guimarães da Cruz Araújo, 25, acha um desrespeito, principalmente com quem ganha um salário mínimo. “Tenho que fazer milagre para conseguir sobreviver com os alimentos caros”, irrita-se a professora. 

Com a renda mensal de R$ 2.200, Danielly conta que antes ela conseguia, com R$ 300, comprar vários alimentos. “Na feira, eu ia com 50,00 e voltava com muitas sacolas e com muito mais itens, hoje isso é sonho”, explica. 

Com o acréscimo, a professora teve que aderir às novas medidas econômica. Consome menos carne, bolachas e iogurtes, mantendo-se com o básico.  

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