Golpistas prometem limpar nome de negativado

Já são 2,17 mi devedores em Goiás. A crise econômica torna-se terreno fértil para a atuação de estelionatários

Postado em: 10-05-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Já são 2,17 mi devedores em Goiás. A crise econômica torna-se terreno fértil para a atuação de estelionatários

MARDEM COSTA JR.

O aprofundamento da crise econômica tem como grande efeito colateral a inadimplência. Em Goiás são 2,17 milhões nessa situação, o que equivale a um terço da população total, de 6,5 milhões de habitantes. No Brasil, 60 milhões de pessoas estão com seus nomes sujos perante os órgãos de proteção ao crédito. 

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No entanto, a angústia de estar negatividado tornou-se um terreno fértil para a atuação de estelionatários. Estes prometem limpar o nome do consumidor sem a necessidade do pagamento dos débitos, e para isso cobram uma taxa módica. Não é difícil encontrar anúncios na internet, redes sociais ou folhetos distribuídos nas grandes cidades com o tipo de “serviço”. 

De acordo com uma pesquisa realizada nas cinco regiões do país pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), um em cada dez brasileiros que estão ou estavam inadimplentes há, no máximo 12 meses, já contrataram empresas para limpar seu nome, com valor médio de R$ 3.400 para o tipo de assessoria.

Apesar disso, apenas 27,5% conseguiram reaver todo o dinheiro investido, sendo que a maioria (47,1%) não teve o valor devolvido. O educador financeiro do SPC Brasil e do portal Meu Bolso Feliz, José Vignoli, acredita ser desnecessária a intervenção de qualquer pessoa ou entidade. “É comum que a ansiedade de ter o nome limpo, leve o consumidor a agir sem pensar, o que traz o risco de ser vítima de uma fraude”, afirma.

Falta de informação

Para Vignole, a falta de informação ainda é muito comum entre aqueles com o crédito comprometido. “Por desinformação ou por milagre, as pessoas acreditam que utilizar o tipo de expediente irá recuperar o nome sem a quitação da dívida. Isso também acontece por elas encararem o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) como elemento do mal. No entanto, o SPC é um birô de informações, que centraliza o nome das pessoas negativadas”, pontua.

A opinião é corroborada pelo presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Goiânia (CDL), Geovar Pereira. “Inclusive a CDL possui um serviço de assessoria gratuito àqueles que desejam renegociar seus débitos ou simplesmente verificar sua situação crediária. É um serviço que beneficia o consumidor e o próprio comércio”, pontua.

Para Karla Longo, especialista em relações com o consumidor do SerasaConsumidor, o melhor caminho é renegociar o débito com a empresa credora. “Apesar da angústia, é importante que o consumidor busque resgatar seu crédito junto ao credor. Algumas empresas, por exemplo, permitem até renegociação online, assinala.

 

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