Vacinação chega na fronteira com Brasil e Peru

Colômbia abriu Semana de Vacinação na região amazônica para alertar sobre a necessidade de imunizar indígenas

Postado em: 13-05-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Colômbia abriu Semana de Vacinação na região amazônica para alertar sobre a necessidade de imunizar indígenas

Ao final do mês passado, a Colômbia deu início à Semana de Vacinação nas Américas – uma iniciativa da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) – com uma atividade em Letícia, cidade localizada na tríplice fronteira entre o país, Brasil e Peru. A escolha do município para o começo da campanha destacou a necessidade de levar imunização às comunidades amazônicas e remotas.

“A ideia não é que eles (as famílias dos povos indígenas que vivem às margens do rio Amazonas na Colômbia) venham aqui (ao centro de saúde na cidade) e sim, que nós iremos lá”, explicou o secretário de Saúde do departamento do Amazonas, Héctor Jaime Betancur.

Atualmente, o calendário de vacinação da Colômbia inclui 21 tratamentos que protegem contra 26 doenças. As taxas de cobertura são superiores a 90% entre a população. O país confirmou o último caso de poliomielite em 1991, conseguiu interromper a circulação de sarampo desde 2002 e recebeu uma certificação de que estava livre da rubéola em 2014.

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“Colômbia, Peru e Brasil têm esquemas de vacinação sólidos e completos”, ressaltou a diretora da OPAS, Carissa F. Etienne, que participou da cerimônia de abertura da Semana em Letícia.

Para a governadora do departamento colombiano do Amazonas, Ana María Almario, a iniciativa da OPAS em parceria com os governos é “uma oportunidade para imunizar um número importante de pessoas em uma zona de difícil acesso e conexão”.

A secretária municipal de Saúde da cidade brasileira de Tabatinga (AM), Sidnéia Gardina, enfatizou a necessidade de investir na cooperação com os países vizinhos. “Unidos, somos mais fortes que qualquer doença”, disse. Segundo Antonio Flores, representante do governo regional de Loreto, no Peru, nas fronteiras entre as três nações “não temos bandeiras, nem as doenças têm pátria”.

A Semana de Vacinação nas Américas foi realizada, pela primeira vez, em 2003 como parte da resposta da região a um surto de sarampo na Venezuela e na Colômbia. Para evitar futuras emergências, os ministros da Saúde dos países andinos propuseram uma iniciativa de vacinação internacional e coordenada.

Desde então, 580 milhões de pessoas foram imunizadas e a iniciativa — organizada com o apoio da OPAS — tornou-se uma referência, inspirando a Semana Mundial de Imunização, que chega a sua 4ª edição em 2016. 

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