Segunda-feira, 22 de julho de 2024

Sobram vagas, faltam candidatos qualificados

Oportunidades de emprego não são preenchidas devido carência de profissionais capacitados

Postado em: 20-05-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Oportunidades de emprego não são preenchidas devido carência de profissionais capacitados

Karla Araujo

Mesmo em meio ao aumento do desemprego, há vagas que permanecem abertas por meses sem nenhum candidato que preencha as exigências necessárias. Qualificação profissional e horário flexível são os quesitos que mais afastam os candidatos destas oportunidades. Esta é a constatação da gerente de seleção, Jakelyne Rasmussem. A especialista destaca que é mais difícil encontrar bons candidatos para vagas técnicas, como em oportunidades destinadas aos profissionais de Tecnologia da Informação, Recursos Humanos e Contabilidade.

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Jakelyne afirma que é preciso investir em experiência e estudo, e cada uma dessas atribuições não são satisfatórias sozinhas. “Uma pessoa que faz um MBA pode tentar oportunidades melhores no mercado, mas não conseguirá sem ter experiência como assistente, por exemplo”, explica a especialista.

De acordo com Jakelyne, a falta de disponibilidade e salário baixo também se destacam como problemas. Muitos candidatos, diz a especialista, não querem trabalhar à noite ou no fim de semana. “A oportunidade está aberta, mas o candidato prefere ficar desempregado a começar a carreira com um salário menor do que planejava”.

Emprego

O Brasil perdeu 1,5 milhão de postos de emprego no ano passado, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) detalhou ontem dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Continua). O levantamento aponta que a taxa de desemprego em Goiás ficou em 10% no primeiro trimestre do ano, abaixo dos 10,9% no País. Ainda de acordo com a pesquisa, 11,1 milhões de pessoas estão em situação de desemprego- a taxa subiu em todas as grandes regiões do país, na comparação com o mesmo período de 2015.

O superintendente executivo do trabalho da Secretaria de Estado da Mulher, do Desenvolvimento Social, da Igualdade Racial, dos Direitos Humanos e do Trabalho de Goiás, Jaime Bueno, afirma que a Construção Civil, Mineração e Indústria de Transformação foram as áreas que mais perderam postos de trabalho. De acordo com cadastro do Site Nacional de Empregos (Sine), há 10 mil vagas abertas em Goiás. Apenas em Goiânia, são mais de seis mil. A maior oferta é para vendedor externo, com 232 vagas. 

Estudantes devem investir em qualificação

No caso dos estudantes, a área que mais existe dificuldade para preencher vagas é a Comunicação. A gerente de programa de estágio e emprego do Instituto Euvaldo Lodi (Iel-Goiás), Tarciana Nascimento, explica que poucas oportunidades são oferecidas, mas a qualificação dos estudantes afasta-os das oportunidades. As áreas com mais vagas oferecidas atualmente são Administração, Tecnologia da Informação e Educação Física. 

Wandison Fernandes de Deus, 22, é estagiário de Tecnologia da Informação (TI). Na empresa em que trabalha, é responsável por garantir a qualidade do sistema utilizado. Ele diz que pensou em fazer algum curso na área de Humanas, mas decidiu por Exatas. “Sempre gostei de jogos e tinha curiosidade de saber como funcionam equipamentos tecnológicos”, diz o estagiário. 

A preferência por dedicar-se aos estudos dificulta também que estudantes do curso de Direito aceitem vagas disponíveis. Tarciana afirma que a maior parte das empresas solicita estagiário durante seis horas, mas os candidatos desejam carga horária de quatro horas por dia. “Os que fazem o curso no período noturno também recusam a vaga de seis horas porque querem investir nos estudos”, explica a gerente. Estudantes de Administração são os que mais possuem oportunidades de vagas. Até ontem eram 28 disponíveis por meio do Iel Goiás.

 

 

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