Milhares protestam contra o aborto na Praça Cívica

Oitava edição da manifestação prega a defesa da vida e a luta contra a legalização da interrupção da gravidez no Brasil

Postado em: 20-05-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Oitava edição da manifestação prega a defesa da vida e a luta contra a legalização da interrupção da gravidez no Brasil

MARDEM COSTA JR.

Manifestantes participaram, na tarde de ontem, da 8ª Marcha Goiana da Cidadania em Defesa da Vida contra o Aborto. Durante duas horas, os populares percorreram o anel interno da Praça Cívica, as Avenidas Araguaia e Tocantins e a Rua 4, no Centro de Goiânia em prol da defesa da vida e contra a legalização da interrupção da gestação. 

De acordo com o Comitê Goiano de Cidadania em Defesa da Vida, aproximadamente 5 mil pessoas estiveram presentes no evento. Para a Secretaria Municipal de Trânsito (SMT), o número é diferente: menos de 2 mil, vindas de diferentes pontos da cidade em 30 ônibus fretados.

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A manifestação, segundo o organizador Lourivan Mecado, visa mobilizar a sociedade para a importância da valorização da vida. “Queremos sensibilizar a população goiana para a nossa causa e denunciar as consequências da prática do infanticídio, que está ceifando vidas de crianças indefesas”, avalia. 

Segundo dados do Ministério da Saúde, são realizados anualmente 1,5 milhão de abortos. Do total, 250 mil mulheres ficam com alguma sequela e outras 11 mil vão a óbito. A passeata aconteceu na mesma semana que o ministro da pasta Ricardo Barros propôs envolver as denominações religiosas na discussão sobre o aborto. “A decisão do ministério não deve provocar resistência ou discussão. Antes de propor uma política para o tema, vamos ter de realizar um diálogo muito amplo”, pontua.

De acordo com o Código Penal brasileiro, que está em vigor desde 1940, o procedimento é considerado legal em apenas duas situações: quando há risco de vida para a mãe ou quando a gravidez é consequência de estupro. Há iniciativas no Congresso Nacional, de autoria de parlamentares ligados à bancada evangélica,  que visam criminalizar a ação.

DEFESA DA VIDA

A estudante Ruanny Luara diz ser favor do aborto somente em alguns casos. “Como cristã, defendo a vida. Não dá para ser extremista, pois há casos em que a interrupção da gestação é necessária. Sou contra o procedimento sem um motivo justificável, por pura sem-vergonhice e falta de bom senso da mulher. Isso fere os meus princípios religiosos”, diz.

O deputado Francisco Júnior (PSD), que participa da marcha desde a primeira edição, acredita que o papel principal do movimento é esclarecer às pessoas do que se trata o aborto. “A importância está principalmente na conscientização e no esclarecimento. A gente fica refém de uma informação direcionada e pontual.  Precisamos discutir com mais profundidade”, pondera.

DISSONÂNCIA

Por sua vez, o médico Dráuzio Varella, em entrevista à Rede Brasil Atual, é enfático sobre o assunto. “O aborto já é livre no Brasil. É só ter dinheiro para fazer em condições até razoáveis. Todo o resto é falsidade. Todo o resto é hipocrisia.”, analisa. O médico critica qualquer enfoque religioso sobre o tema. “Ninguém pode se considerar dono da palavra de Deus, intermediário entre deuses e seres humanos, para dizer o que todos devem fazer”.

 

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