Taxas de aborto em países desenvolvidos caem mais

Entre 1990 e 2014, a média de abortos para cada 1 mil mulheres em idade reprodutiva (15-44 anos) caiu de 46 para 27

Postado em: 25-05-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Entre 1990 e 2014, a média de abortos para cada 1 mil mulheres em idade reprodutiva (15-44 anos) caiu de 46 para 27

Da redação 

As taxas de aborto caíram significativamente na maior parte das regiões mais desenvolvidas do mundo entre 1990 e 2014. No entanto, durante o mesmo período, permaneceram amplamente inalteradas nas regiões em desenvolvimento.

Essa é a conclusão de um novo estudo do Instituto Guttmacher e da Organização Mundial da Saúde (OMS). A pesquisa concluiu que, entre 1990 e 2014, a média de abortos para cada 1 mil mulheres em idade reprodutiva (15-44 anos) em países desenvolvidos caiu de 46 para 27, enquanto nos países em desenvolvimento ficou praticamente estável, passando de 39 para 37.

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As conclusões do estudo aparecem no artigo “Incidência do aborto entre 1990 e 2014: níveis e tendências globais, regionais e sub-regionais”, de Gilda Sedgh, publicado em 11 de maio na revista médica “The Lancet”.

“Essas tendências sugerem que mulheres e casais nos países desenvolvidos passaram a ter mais sucesso em evitar gravidez indesejada — a causa da maior parte dos abortos — nas últimas duas décadas”, disse Sedgh, pesquisadora que lidera o estudo no Instituto Guttmacher.

“Altas taxas de aborto estão diretamente correlacionadas com altos níveis de necessidades contraceptivas não atendidas. Nossas conclusões indicam que, em muitas regiões em desenvolvimento, as mulheres têm menos acesso a serviços contraceptivos e não são capazes de evitar a gravidez indesejada.”

Restrições legais

Quando os países são reunidos de acordo com suas leis de aborto, os pesquisadores concluíram que não há diferenças suficientes nas taxas de 2010-2014 entre os países em que a interrupção voluntária da gravidez é legal e onde é proibida.

Em países onde o procedimento foi totalmente proibido ou autorizado somente em caso de risco de morte, a taxa de aborto era de 37 para cada 1 mil, e em países onde era autorizado, a taxa era de 34 para 1 mil em 2010-2014.

Estima-se que, nos países em desenvolvimento — onde as leis de aborto tendem a ser mais restritas —, cerca de 6,9 milhões de mulheres foram tratadas por complicações ligadas a abortos inseguros em 2012, a uma taxa de 6,9% para cada 1 mil mulheres com idade entre 15 e 44 anos.

“Estimativas sobre a proporção dos abortos inseguros estão sendo desenvolvidas, mas é provável que onde o acesso ao aborto seguro é limitado, as mulheres recorram a procedimentos clandestinos que são frequentemente perigosos”, disse Bela Ganatra, coautora do estudo, ao site do Instituto Guttmacher.

 

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