192 animais nasceram no Zoológico de Goiânia desde reinauguração

Administração aposta em aulas de educação ambiental com crianças para promover cuidados com a natureza

Postado em: 29-05-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Administração aposta em aulas de educação ambiental com crianças para promover cuidados com a natureza

Karla Araujo

Desde a reinauguração em 2012, 192 animais já nasceram no Zoológico de Goiânia. Atualmente, o parque abriga cerca de 500 bichos. O morador mais novo é um jabuti de dois meses que pesa apenas 50g. Ele foi retirado do local onde ficam os demais animais de sua espécie para evitar ataques de predadores que também moram no parque. Até dobrar ou triplicar de tamanho, ele ficará dentro de um aquário de vidro no departamento de veterinária do parque. No recipiente, um aviso deixa claro o principal cuidado que deve ser tomado com o animal “não se esquecer de levar o gigante para tomar sol”. 

A gaiola ao lado é moradia de dois filhotes de ararajuba, também de dois meses. Neste caso, os animais são retirados do ninho após duas semanas do nascimento para que a mãe possa botar mais ovos. “Sem precisar cuidar dos filhotes, a progenitora tem tempo para botar mais ovos”, explica o zootecnista Inácio Soares Campos Junior.

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As aves são alimentadas com papinha de frutas três vezes por dia– início da manhã, tarde e noite. Elas voltam para o convívio com outros animais assim que conseguem alimentar-se sozinhas. Campos Junior lembra que a ararajuba é uma espécie em perigo de extinção. Por isso, a reprodução em cativeiro é uma preocupação do zoológico.

Além dos animais que nasceram no local, o parque ganhou há poucas semanas o Pacato, uma onça preta de quatro meses que foi encontrada no município de Nova Crixás. O animal ganhou um abrigo entre os felinos que já moravam no zoológico. De acordo com Campos Junior, novos filhotes de anta, cobras, araras e papagaios devem nascer nos próximos meses.

Desempenho

A equipe de técnicos do parque é formada por oito veterinários, quatro biólogos e dois zootecnistas, além de outros 120 funcionários. O zoológico foi fechado à visitação em julho de 2009, após a morte de diversos animais. A reforma do local durou quase três anos e foi realizada após a assinatura de um termo de ajustamento de conduta (TAC) entre o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e a diretoria do parque.  

Convívio entre animais e visitantes ainda é desafio 

 Quatro anos depois da reinauguração, a aula de educação ambiental é apontada pelo supervisor-geral Raphael Cupertino como uma das principais ações realizadas no zoológico. “A criança vê o bicho, tem informação sobre aquele animal e torna-se uma multiplicadora dos cuidados que devem ser tomados para proteger a natureza”, explica Cupertino.

Um problema ainda enfrentado pela administração do zoológico é o alimento oferecido por visitantes aos animais. As acomodações de felinos e alguns répteis não permitem nenhum contato dos visitantes com os bichos, mas não é o caso da maior parte dos bichos. “No lago onde ficam as ilhas dos macacos é onde mais se oferece comida aos animais. Alguns visitantes jogam alimentos, cascas de frutas e até lixo na água”, explica o supervisor. 

Alguns espaços de animais de grande porte estão vazios há anos, como a acomodação reservada para girafas. Cupertino afirma que o Zoológico de Goiânia busca parceria com outros parques do Brasil para importar mais animais em uma única viagem. “Paga-se um preço pelo contêiner, que pode trazer um ou cinco animais. É uma situação difícil, mas estamos trabalhando no projeto”, diz. 

Ao ser questionado sobre o impacto das dificuldades financeiras dos municípios brasileiros diante da crise econômica, Cupertino afirma que houve cortes de gastos para manter a responsabilidade econômica da prefeitura, mas alimento e medicação são tratados como prioridade. “Entre os projetos, temos a compreensão da prefeitura e a melhor realidade com o menor custo”, conclui. 

 

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