Criatividade para manter longe da crise

Mesmo quem está empregado ltem estado emocional afetado por mau humor do mercado

Postado em: 05-06-2016 às 21h00
Por: Sheyla Sousa
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Mesmo quem está empregado ltem estado emocional afetado por mau humor do mercado

Deivid Souza

O momento econômico de desemprego e inflação em alta mexe com os ânimos dos trabalhadores. O mau humor na economia tem feito crescer a preocupação até de quem está empregado. O último Indicador de Educação Financeira (IndEF), elaborado pela Serasa Expirian e Ibope Inteligência teve nota 7,7 em uma escala que vai de 0 a 10. O índice significa que os brasileiros estão se preocupando mais com as finanças. Apesar disso, o comportamento não reflete a consciência. A Serasa divulgou mês passado que 60 milhões de brasileiros estão inadimplentes.

Dentro das organizações, o receio de perder a fonte de renda e endividamento se refletem no rendimento dos trabalhadores. A gestora de Recursos Humanos da Dinâmica Engenharia, Luciana Lima, afirma que é notável a instabilidade emocional de alguns colaboradores. “A gente percebe que se ele está devendo, se ele não tem um controle financeiro, ele não tem foco, vai sinalizar isso de alguma forma”, explica.

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Para contornar a situação, a empresa planeja promover uma capacitação em finanças pessoais e procura transmitir segurança, por meio de muita informação sobre o futuro da organização. “Temos reuniões de segurança com duração de dez a 15 minutos e nós falamos o que vai acontecer, até quando algo vai acontecer, a gente procura deixar isso bem claro”, afirma.

Todos

Mesmo quem não tem receio de perder a renda é afetado pelo momento econômico. “A inflação nos últimos 12 meses foi superior a 10%, então mesmo aquele trabalhador que está empregado teve perda no salário”, afirma o planejador financeiro pessoal, Maurício Vono.

O diretor da Norden^ arquitetura, Paulo Renato Alves, conta que percebeu que boa parte de sua equipe, mesmo diante da recessão econômica no País, não estava gerindo bem as finanças pessoais e que isso afetava a produtividade dos mesmos. “A maioria do meu pessoal é de pessoas jovens, eles não viveram nenhuma crise econômica e não tinham a menor noção de finanças pessoais”, conta.

Então, Alves decidiu promover um simpósio sobre o assunto e aí percebeu que as poucas horas não seriam suficientes para tratar do assunto. O empresário acabou dando um curso com duração de seis meses sobre o assunto.

Resultados

“Eu aprendi a dar prioridade aos meus objetivos. É a questão de escolher entre sair no fim de semana ou poupar para a viagem de final de ano”, conta o líder de projetos, Breno Simões, 27. A arquiteta Suzy Alves, 51, afirma que o aprendizado foi grande, mesmo ela já tendo o hábito de realizar um controle dos gastos. “Se antes eu investia no futuro que eu quero, agora meio que virou uma cicatriz priorizar os objetivos mais importantes”, diz.

O hábito dos colaboradores de cuidar do próprio bolso também se reverteu em economia para a empresa. “Eles têm mais cuidado em não deixar computador ligado, usar menos o ar-condicionado, apagar uma lâmpada”, lembra Alves.

 

Especialista diz que é possível diminuir o impacto da crise 

Maurício Vono explica que um planejamento financeiro é algo de longo prazo, e que esta ferramenta ajuda as pessoas a enfrentarem momentos delicados como o que o País atravessa. Ele acredita que para quem não tem reservas, o que é preciso e possível agora, é fazer um bom “gerenciamento de crise”. “Essa reserva é mais ou menos como o uso do cinto de segurança, não evita o acidente, mas diminui o impacto”, avalia.

O especialista defende que as pessoas que estão com perda de renda precisam fazer escolhas sobre o que é mais importante e abrir mão de alguns serviços, colocando tudo no papel. Já para quem está endividado, a dica é procurar a instituição credora o quanto antes, para evitar que a dívida aumente. “Se há um cenário de inadimplência alta, a pessoa deve pensar que como ela existem muitas outras, então a possibilidade de existir uma flexibilidade, possibilidade de conseguir juros menores e prazos maiores é maior”, afirma. No entanto, Vono adverte que antes disso, é importante encontrar e resolver “a causa do desequilíbrio”.  

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