Planos terão que cobrir teste do vírus zika

Operadoras deverão arcar com testes para diagnosticar a infecção causada pelo vírus. Atualmente custo pelo exame é de R$ 1,2 mil em GO

Postado em: 07-06-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Operadoras deverão arcar com testes para diagnosticar a infecção causada pelo vírus. Atualmente custo pelo exame é de R$ 1,2 mil em GO

RHUDY CRYSTHIAN 

Depois de anunciar o reajuste de 13,57% nos planos de saúde individual/familiar a Agência Nacional de Saúde Complementar (ANS) divulga mais uma novidade. As operadoras terão que cobrir as despesas com três tipos de testes (veja quadro) para diagnosticar a infecção pelo zika vírus, que pode causar a dengue e a febre chikungunya. O teste custa R$ 1.200. Nas gestantes, o vírus pode causar a microcefalia no feto.  

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A resolução da ANS, que amplia o rol de procedimentos obrigatórios entra em vigor em 30 dias. A alteração na gama de procedimentos obrigatórios dos planos foi atualizada antes do prazo normal da tabela, que é a cada dois anos. A última alteração foi em janeiro deste ano, com a inclusão de 21 novos itens. 

Atualmente, os casos de zika vírus são identificados de acordo com os sintomas apresentados pelos pacientes. A federação que reúne as principais operadoras de planos de saúde divulgou apoio ao novo procedimento, mas ressaltou que é fundamental que o exame seja solicitado adequadamente, guiado por protocolos científicos, para garantir sua eficiência clínica e a sua sustentabilidade junto às operadoras de saúde. 

Washington Luís Ferreira Rios, diretor de Recursos e Serviços Próprios da Unimed Goiânia, explica que os planos de saúde deverão cumprir a resolução, mas os médicos deverão avaliar com cautela a necessidade de solicitar o exame. “Os direitos do usuário serão contemplados, mas antes o médico deverá avaliar clinicamente o diagnóstico”, explica. 

Ele comenta que, pelo alto custo dos exames, a medida poderá impactar na inflação da saúde, no próximo reajuste dos planos, mas só será possível ter uma avaliação mais real depois que for observado o volume de pacientes que irá necessitar dos testes. 

Grávidas

A auxiliar administrativa, Vitória Silva Teixeira comemora a medida. Grávida e prestes a ganhar neném, ela comenta que ficou muito aflita no início do período de gestação. Tinha muito medo de contrair o vírus por conta do risco de microcefalia. Ela passava repelente o dia todo, usava roupas de manga lona e adotava medidas preventivas em casa. 

Vitória afirma que teve que esperar mais de quatro horas para fazer o exame. “O Sistema (SUS) estava muito sobrecarregado, era muita grávida esperando para realizar o teste. Muito difícil, tumultuado. Acredito que dividindo a responsabilidade com os planos de saúde vai facilitar para todos os lados da história”, destaca. 

Ela se refere às pessoas que realmente precisam do teste pelo SUS e àquelas pessoas que têm condições de pagar por um plano de saúde para ser atendido mais rápido para fugir das longas filas de espera. Vitória reclama também da demora em receber o resultado. Depois de 15 dias é preciso refazer o exame de sangue, só depois de mais uma quinzena é que sai o resultado final. 

A FenaSaúde defende que, no caso das grávidas, a certificação da doença é importante, pois irá orientar o profissional de saúde na condução do seu pré-natal, e preparar a gestante e seus familiares para o caso de se identificar qualquer anomalia comprometendo a formação do feto.

 Foto: reprodução

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