Lixo fica mais caro para empresas

Grandes geradores de resíduos terão de pagar pela coleta e destinação do lixo. Supermercados, shoppings e condomínios se enquadram

Postado em: 14-06-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Grandes geradores de resíduos terão de pagar pela coleta e destinação do lixo. Supermercados, shoppings e condomínios se enquadram

RHUDY CRYSTHIAN 

Começa a valer a partir do próximo dia 14 de julho uma lei municipal que estabelece que a prefeitura de Goiânia vai deixar de coletar, transportar e dar destinação final aos resíduos produzidos por grandes geradores. Lê-se como grandes geradores estabelecimentos comerciais como shoppings, restaurantes, supermercados e grandes condomínios horizontais. Valores podem variar de R$ 108 a R$ 260 por tonelada de lixo recolhido. 

A população atendida pela coleta convencional aos domicílios/residências, caracterizados como pequenos geradores, não será afetada. A prefeitura já identificou os geradores de lixo que se enquadram nessa classificação. A Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) irá informar e notificar 600 grandes geradores nos próximos dias. 

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A medida determina à prefeitura a coleta gratuita apenas do resíduo domiciliar e pretende enquadrar o município ao Código de Posturas do Município e a Política Nacional de Resíduo Sólidos (PNRS). A Companhia recolhe aproximadamente 42 mil toneladas de resíduos domiciliares por mês, sendo que 40% são provenientes dos grandes geradores. Algumas empresas como shoppings e grandes redes de supermercados já usavam o serviço particular.

De acordo com o gerente regional do Supermercados Bretas, Fábio Lira, a medida pode impactar para o empresário que se enquadra nesses requisitos, mas muitos devem absorver os custos para evitar reclamações com seus consumidores. “Qualquer custo maior gera reclamação. Mas estamos em um mercado muito competitivo e não estamos em momento de gerar insatisfação com os clientes”, podera.

Fábio destaca que a rede já adota o sistema de coleta, transporte e destinação do lixo orgânico e papel há cerca de dois anos em parte das lojas. “A idéia é conseguir enquadrar a empresa dentro do prazo estipulado pela prefeitura em 100% das lojas na capital. 

Construção 

A medida também inclui aqueles estabelecimentos comerciais públicos que são geradores de resíduos sólidos inertes, como entulho, terra, matérias de construção com massa superior a 150 quilogramas diários. A coleta pode ser realizada tanto por empresas particulares quanto pela própria Comurg, mediante pagamento. 

Mas o presidente da Comurg, Edilberto Dias, garantiu que o serviço prestado pela Companhia é o mais barato. A Comurg cobra em média R$ 108/ton pela coleta e transporte do material, fora a taxa de uso do aterro. Um levantamento feito pela equipe do O Hoje constatou que as empresas particulares estão cobrando em média R$ 260/ton, já com a taxa de uso do aterro. 

Esses valores dependem de muitas variáveis como localização, tipo do estabelecimento, se o lixo fica acondicionado em container ou latões entre outras especificações que influenciam no valor do serviço. 

Independente da empresa escolhida para a realização da coleta, a mesma deverá ser cadastrada no site da Prefeitura de Goiânia, além de ser qualificada para a execução da atividade e licenciada junto à Agência Municipal do Meio Ambiente (AMMA). De acordo com o presidente da Companhia, a medida deve gerar economia para os cofres públicos.

Apesar de polêmica, o presidente da Comurg defende que o cidadão comum não pode arcar, na forma de pagamento de impostos, com a coleta de grandes empreendimentos. Além disso, ele destaca que a medida deve criar ainda condições para a coleta e separação de resíduos sólidos, como promover a coleta seletiva. 

 

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