Segunda-feira, 01 de julho de 2024

Servidores e médicos pedem mais segurança

GCM garante que equipes estão trabalhando para garantir a proteção de funcionários e pacientes de Cais

Postado em: 15-06-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
Imagem Ilustrando a Notícia: Servidores e médicos pedem mais segurança
GCM garante que equipes estão trabalhando para garantir a proteção de funcionários e pacientes de Cais

Karla Araujo

Médicos e servidores que trabalham em Cais e Ciams de Goiânia reclamam que as unidades de Saúde não contam com suporte adequado da Guarda Civil Metropolitana (GCM) para garantir a segurança de trabalhadores e pacientes. A situação foi relatada por três médicos que realizam plantões no Cais Jardim Guanabara e confirmada pela presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Único de Saúde de Goiás (Sindsaúde), Flaviana Alves, que ainda acrescenta a Unidade de Pronto Atendimento do Residencial Itaipu e os cais de Campinas e Chácara do Governador como outros pontos críticos de violência. 

Paula (nome fictício) trabalha no Cais Jardim Guanabara. Ela faz plantão no período noturno, junto com outros dez funcionários, e afirma que nunca viu guardas no local no horário. “É comum ter segurança até as 23h, mas durante a madrugada não tem. Não me sinto segura. Tenho medo de assalto, pois não existe segurança nenhuma nas entradas”, diz a médica. 

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Ela conta ainda que um paciente já teve surto durante uma consulta e chegou a agredir um funcionário. “Acionamos a guarda e eles vieram. O homem foi levado à delegacia, mas foi solto e voltou ao Cais. Tivemos que chamar a guarda de novo. O problema não é o atendimento quando são acionados, mas a presença deles no local que é imprescindível”, afirma Paula. 

Joana (nome fictício) também trabalha no local e diz que, muitas vezes, os pacientes ficam exaltados por causa da demora no atendimento. “Eu já fui ameaçada durante o trabalho. Uma paciente que estava insatisfeita com o serviço disse que me conhecia e sabia a hora que meu plantão terminava. Fiquei muito assustada”, afirma a médica. Joana conta ainda que uma servidora teve o celular roubado de dentro da sala de descanso. 

Percepção 

Flaviana Alves reitera que os casos de agressões verbais contra servidores são comuns e que a Prefeitura de Goiânia é sempre cobrada por mais segurança. “Já ouvi diversas vezes que a obrigação da guarda não é cuidar da relação entre paciente e médico, mas do patrimônio físico. Mas o que seria da cidade sem o trabalhador?”, questiona a presidente do Sindisaúde. 

De acordo com Flaviana, o problema da falta de segurança existe há anos, “melhora por um tempo, mas sempre volta à mesma situação difícil”. Na semana passada, os médicos do Cais Cândida de Morais fecharam as portas durante a noite e alegaram falta de segurança. Apenas os casos considerados graves foram atendidos. 

 Estrutura compromete segurança

Além a falta de guardas apontada pelos médicos e servidores, as grades que limitam o espaço entre o Cais Jardim Guanabara e a rua foram derrubadas, deixando os carros dos servidores, que ficam no pátio, sem proteção. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), a pasta planeja a reforma da unidade, quando os problemas estruturais serão resolvidos, mas ainda não há data para a obra começar. 

Também médica do Cais Guanabara, Jéssica (nome fictício) trabalha durante o dia e reclama que as portas do cais não trancam, nem mesmo as dos consultórios. “Percebo que algumas equipes da guarda ficam no local e cumprem seus horários, mas não são todos. Já vi guardas indo lá de camisa cavada e shorts, provavelmente só para dizer que estiveram lá”, conta Jéssica, que, assim como Joana e Paula, pediu para não ser identificada.  

GCM

Para o comandante-geral da GCM, Elton Magalhães, a denúncia sobre falta de seguranças nas unidades de Saúde municipais de Goiânia é infundada. No Cais Jardim Guanabara, diz Magalhães, existem oito guardas escalados com plantão fixo em quatro turnos. “Não conseguimos colocar guardas em todos os lugares e, por isso, damos prioridade aos locais que têm problemas mais sérios com violência na região. Nos demais, as equipes fazem rondas com as viaturas”, afirma Magalhães. 

De acordo com o comandante, a fiscalização realizada pela GCM aponta que todos os guardas comparecem aos plantões aos quais são designados. Ainda segundo Magalhães, os guardas que trabalham na segurança de unidades de Saúde estão participando de um curso de capacitação para atuar nesta área. Por isso, eventuais faltas são registradas nas últimas semanas. 

  

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