Segunda-feira, 22 de julho de 2024

Relato de estupro é falso, diz delegada

Câmara de segurança mostra estudante virando a câmara dias antes. Jovem nega que tenha premeditado o caso

Postado em: 17-06-2016 às 15h00
Por: Redação
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Câmara de segurança mostra estudante virando a câmara dias antes. Jovem nega que tenha premeditado o caso

Jéssica Chiareli

Na manhã de hoje (17) a delegada Ana Elisa Gomes, titular da
Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), afirmou durante
coletiva de imprensa que o relato de estupro no campus Samambaia da UFG, feito
por um estudante de Comunicação Social, na terça-feira (14), é falso.

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Câmaras de segurança mostram o momento em que o aluno, D.B., vira a câmera de segurança que mostrava o banheiro, onde vítima estaria, para outra direção. O que pode indicar que ele premeditou o caso.

O jovem confirmou para O Hoje que é realmente ele quem
aparece nas imagens girando a câmera, mas afirma que a atitude não foi
premeditada. “Sim, sou eu, mas eu não me lembro porque fiz isso. Eu jamais
armaria algo. Foi há muito tempo e uma coisa de momento”, contou.

De acordo com a delegada, a calcinha que foi encontrada no
local, e que seria da vítima, será encaminhada para a perícia para que o inquérito
possa ser concluído.

Iluminação e segurança

Outros pontos contraditórios apontados pela delegada são a iluminação e a presença de guardas. De acordo com ela, o local estava
iluminado e havia sim a seguranças, ao contrário do que o estudante afirmou em seu depoimento.

Por outro lado, alunos que estavam em pontos de ônibus afirmam
ter ouvido D.B. gritar por socorro e garantem que chegaram até o local onde
teria ocorrido o crime antes da segurança interna da universidade.

Ontem (16), as luzes da Faculdade de Informação e
Comunicação foram trocadas, dizem os alunos, o que aponta que elas de fato não poderiam estar
funcionando bem.

Relembre

Um relato de estupro dentro do campus Samambaia da
Universidade Federal de Goiás (UFG) mobilizou estudantes e intensificou cobranças
de mais segurança para as mulheres na universidade, além de pedidos de
posicionamento da reitoria.

O estudante de Comunicação Social, D. B., de 21 anos, contou
nas redes sociais momentos que sucederam o abuso sofrido por uma jovem no
estacionamento da Faculdade de Informação e Comunicação (FIC) da UFG. 

“Eu estava no estacionamento da FIC parado no carro
esperando um amigo sair da aula, aí chegou um gol preto com um cara, deu a
volta e puxou a menina para fora do carro. Aí ela tava cambaleando, pensei que
estivesse bêbada e fiquei na minha. Quando ela passou por mim, estava toda
desarrumada e chorando, aí liguei o farol para tentar olhar o que estava
rolando no carro e ele acelerou e ‘vazou'”, disse o estudante em sua conta
no Twitter.

De acordo com D., a vítima, que aparentemente estava dopada,
se dirigiu ao banheiro da unidade, onde começou a se limpar em uma torneira,
sem a parte de baixo da roupa. “Eu fui até lá e ela começou a pedir
socorro e me bater, como se eu fosse fazer algo também, ela estava em pânico.
Gritei ajuda e não tinha uma alma viva no campus”, contou.  

Foto: reprodução 

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