Após greve, Comurg vai levar dois dias para limpar Goiânia

Cerca de 60 coletores de lixo ficaram de greve por dois e impediram a entrada de caminhões nos aterros sanitários

Postado em: 29-06-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Cerca de 60 coletores de lixo ficaram de greve por dois e impediram a entrada de caminhões nos aterros sanitários

Karla Araujo

Com o fim da greve dos coletores de lixo, a Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) vai levar pelo menos dois dias para limpar toda a cidade, que ficou sem o serviço na segunda-feira (27) e ontem (28). Os grevistas fizeram uma barricada nas ruas que dão acesso a dois aterros sanitários da capital, impedindo a passagem dos caminhões. Entre as reivindicações da categoria estavam reajuste salarial, de R$ 948 para R$ 1.300, e o pagamento de gratificações.

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O fim da paralisação foi acordado durante reunião realizada entre representantes dos grevistas e o chefe de gabinete do prefeito Paulo Garcia (PT), Paulo César Fornazier. O encontro aconteceu no Paço Municipal. Na oportunidade, Fornazier se comprometeu a construir pauta de discussão a respeito da incorporação de gratificação.

O Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região (TRT-18ª), por meio do desembargador do Trabalho Platon Teixiera Filho, deferiu liminar ontem para que os trabalhadores liberassem as vias que dão acesso aos aterros. No início da noite, os servidores foram notificados e cumpriram a medida. Uma audiência de conciliação foi marcada para esta sexta-feira (1º), às 14h.

Paralisação

De acordo com a Comurg, 60 funcionários insatisfeitos com o reajuste salarial aprovado em assembleia realizada no mês passado decidiram paralisar o serviço no início da semana. O grupo representa 10% do total de coletores. Ainda segundo a companhia, as equipes que trabalham nos períodos matutino e vespertino não fizeram a coleta na segunda-feira, mas o serviço foi prestado normalmente durante a noite. 

Os resíduos foram encaminhados ao aterro sanitário de Aparecida de Goiânia. Ontem, o serviço não foi prestado mais uma vez durante o dia, mas a Comurg garantiu que a coleta de lixo seria realizada normalmente durante a noite. 

Sujeira

Creusa Helena dos Santos, 57, é moradora do setor Recanto do Bosque e reclama do mau cheiro causado pela decomposição do lixo que ficou na porta das casas do bairro durante todo o fim de semana e não foi recolhido na segunda-feira. Ela trabalha na equipe de limpeza de uma escola municipal e afirma que a situação está ainda complicada na unidade, pois o volume de resíduos é maior. 

“O caminhão do lixo passa segunda, quarta e sexta. Na segunda-feira não teve o serviço, tomara que eles venham na quarta, senão a situação ficará insustentável”, diz Creusa. A reportagem do O HOJE também encontrou sacos de lixo acumulados na Avenida São Francisco, no setor Santa Genoveva; Rua 18-A e Avenida República do Líbano, ambas no Setor Aeroporto.

Sem apoio

O presidente do Sindicato dos Empregados nas Empresas de Asseio e Conservação, Limpeza Pública e Ambiental, Coleta de Lixo e Similares do Estado de Goiás (Seacons), Rildo Ribeiro de Miranda, afirma que a instituição não apoiou a paralisação do grupo de coletores. “A maior parte da categoria está satisfeita com o acordo de reajuste salarial em 9,28%, que eleva nossos ganhos de R$ 948 para R$ 1.036”, afirma o presidente. A adesão ao movimento foi, segundo Miranda, menor do que informado pela Comurg. “Foi, no máximo, 2% da categoria”, disse.

 

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