Mais de 2 mil quilômetros de aventura e superação

Sandro Rodrigues vai superar problema de saúde, com projeto pessoal de pedalar de Aparecida a Belém (PA)

Postado em: 29-06-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Sandro Rodrigues vai superar problema de saúde, com projeto pessoal de pedalar de Aparecida a Belém (PA)

Deivid Souza­

O que levaria um homem de 45 anos, casado, pai de duas filhas, coordenador de recursos humanos a atravessar o País em uma bicicleta, mesmo enfrentando um sério risco de saúde? Esta foi a primeira pergunta que fizemos para Sandro Rodrigues, o ciclista que pretende percorrer mais de 2 mil quilômetros entre Aparecida de Goiânia e Belém (PA), pedalando, sozinho, mesmo sendo portador de uma síndrome perigosa e rara, a Imunodeficiência Comum Variável, o que o deixa vulnerável a infecções.

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Bem sereno ele respondeu que a viagem é um projeto pessoal “antigo”, o Brasil de Norte a Sul, como ele mesmo batiza a aventura. “É um projeto ideológico de superação, de autoconhecimento e aperfeiçoamento como: profissional, pai e esposo”, justifica Rodrigues.

A doença com a qual ele convive faz com que o mesmo chegue a ter menos de 1% de imunidade. Geralmente, as pessoas com o problema não podem praticar esportes e têm que evitar o contato com outras pessoas. No caso de nosso personagem isso não aconteceu. Ele pratica ciclismo há 13 anos, mas também é adepto do rapel, trekking. Além de ser coordenador de recursos humanos da Faculdade Estácio, em Goiânia, Rodrigues é professor universitário e mestrando em Administração Internacional.

A partida será no sábado (2) às 4h30 min. Ele pretende percorrer aproximadamente 150 quilômetros por dia, fazendo pausas a cada 50 quilômetros para alimentação e descanso. “Eu fiz uma pesquisa e a cada 40 quilômetros há pelo menos um povoado onde eu posso parar”, diz.

A previsão é cumprir todo o percurso em 25 dias, quando retornará a Goiânia de avião. A universidade onde o ciclista trabalha arcará com a estadia na capital paraense e o voo de volta. 

Preparação

A bicicleta de Rodrigues passa pelos últimos ajustes. Ele já fez uma preparação física e psicológica. Os recursos financeiros são limitados para uma viagem tão extensa. Na bagagem, além de 15 quilos de roupas, suplementos alimentares, barraca e colchão vão muita coragem e disposição. “Quando der umas cinco horas da tarde eu vou parar para procurar repouso, eu vou dormir em barraca, pensão, o que tiver. Quem sabe com os amigos que fizer pela frente. A intenção é ter essa sinergia com a população, conhecer as dificuldades, cultura e alimentação”, espera Rodrigues.

Ele está casado há 17 anos. A esposa conheceu aos 8 anos. O ciclista afirma que ela é uma de suas maiores incentivadoras. “Ela me apoia em tudo que eu faço, mesmo porque ela me conhece desde 8 anos de idade. Começamos a namorar com 14 anos, estamos juntos há 22 anos”, conta.

O ciclista conta que já ouviu as pessoas o chamarem de “louco”. “Às vezes as pessoas falam isso quando eu conto sobre o meu projeto, mas para mim isso é um elogio”, frisa.

Mudança

O plano inicialmente era ir do Oiapoque ao Chuí, mas o resultado de uma pesquisa provocou a mudança nos planos. “Nesta época do ano, no pé da serra faz 8ºC, 10ºC, então fica inviável ir pedalando. Eu teria que ir no meio do ano”, explica.

“A mensagem que eu tenho é o pensamento bem positivista é que você está no leme da sua vida, você direciona o rumo, e para ser feliz não precisa muita coisa não, basta querer”, ensina. Quem quiser acompanhar as surpresas da viagem podem seguir Rodrigues no Facebook: ‘Sandro Rodrigues de Oliveira’ ou no site: ‘www.seriemapedal.com’.

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