Mais de 12 mil empregos foram criados em Goiás

Enquanto a taxa de desemprego brasileira atinge a marca de 11,2%, Estado fecha saldo positivo nos primeiros três meses do ano

Postado em: 30-06-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Enquanto a taxa de desemprego brasileira atinge a marca de 11,2%, Estado fecha saldo positivo nos primeiros três meses do ano

MARDEM COSTA JR.

Entre contratações e demissões, Goiás registrou um saldo positivo de 12.522 vagas de trabalho de janeiro a maio desse ano. A informação é do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho e Emprego (Caged), divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).  

Na contramão, a geração de emprego no Brasil sofre as conseqüências das indefinições provocadas pelas crises econômica e política. A taxa de desemprego no país, do primeiro trimestre até maio, se manteve em 11,2% – ou 11,4 milhões de pessoas desocupadas – um aumento de 40% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) do IBGE. 

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De acordo com o órgão federal de pesquisa, o rendimento médio recebido pelos trabalhadores entre fevereiro a maio foi de R$ 1.966 – 3,2% abaixo do registrado no mesmo período de 2015, mantendo a estabilidade do período anterior, de novembro a janeiro. O Caged aponta que o trabalhador goiano recebeu R$ 1.832 entre janeiro e março, ante R$ 1.973 no mesmo período do ano passado – queda de 7,1%.

Desempenho

Ainda de acordo com o Caged, os setores de comércio, serviços e a extração mineral foram os que mais desligaram trabalhadores em Goiás. Apesar do otimismo, o ritmo da geração de empregos no Estado vem perdendo força. A queda foi ainda mais vertiginosa entre os anos de 2014 e 2015, quando os sintomas da crise começaram a afetar o desempenho da economia. 

A diferença entre admissões e desligamentos somente no mês de maio foi de 153 vagas ante 333 do mesmo período do ano passado. Segundo o Instituto Mauro Borges (IMB), o desempenho positivo da economia goiana foi puxado pela agropecuária e a indústria de transformação, com destaque para o setor sucroalcooleiro – pelo menos 100 mil vagas foram abertas no segmento nos últimos 14 anos. 

“Apesar da boa performance das atividades ligadas ao cultivo de cana de açúcar, especialmente em função das políticas de incentivo fiscal, a tendência é que o quantitativo de postos diminua nos próximos meses”, avalia João Quirino Rodrigues Junior, pesquisador em Economia do IMB e especialista no mercado de trabalho. 

Oportunidade

Encontrar um emprego tornou-se objetivo número um de quem já amargava algum tempo sem um posto de trabalho. O vendedor Gabriel da Silva, 20, com três anos de experiência com vendas, ficou oito meses desempregado até conseguir uma nova colocação em um empório. A vaga foi ofertada numa rede social. “Ficar sem emprego é terrível. Bate uma angústia, especialmente quando as contas começam a chegar”, diz. 

Gabriel acredita que para encarar o período de incertezas, ter coragem é algo necessário para enfrentar os desafios. “Além do conhecimento, que hoje é algo mínimo, é preciso ter um diferencial, uma qualificação que te assegura lá na frente”. 

A mesma opinião é comungada pelo engenheiro ambiental Augusto Clasen, 27. Ele amargou seis meses sem ocupação fixa, até encontrar um posto por meio de indicação de um amigo. “Senti o baque da construção civil, onde estava anteriormente. Espero estar numa situação melhor, sem depender de trabalhos esporádicos como renda principal”, acredita.

Dicas

Apesar dos tempos bicudos, há postos disponíveis. Dilze Percilio, diretora da regional Centro-Oeste da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH), pontua que o candidato a uma colocação precisa aprimorar, dobrar ou triplicar os esforços para garantir a vaga de emprego. Ela também recomenda a pesquisa de postos em blogs e sites especializados no assunto.

“Além de estar atento, o candidato precisa estar preparado para entrevistas, com um currículo objetivo, claro e com as habilidades na ponta da língua, de modo a se encaixar naquela vaga. O postulante também precisa ter consciência que o desafio é grande: primeiro por causa do menor número de postos disponíveis e segundo em função da concorrência acirrada.”, arremata.

 

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