No incício das férias, reajustes assustam viajantes

Seja por veículo próprio, ônibus ou avião, viajar nessas férias está mais caro em relação ao ano passado

Postado em: 01-07-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Seja por veículo próprio, ônibus ou avião, viajar nessas férias está mais caro em relação ao ano passado

MARDEM COSTA JR.

O período de férias começa com uma surpresa nada agradável para quem pretende viajar durante o período. Independente do meio de locomoção que a pessoa preferir – carro, moto, avião ou ônibus – o custo de sair de Goiânia será maior em relação às férias de julho do ano passado, segundo pesquisa divulgada ontem pelo Departamento de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Apenas o transporte rodoviário interestadual amargou majoração de 7,7% em comparação com junho do ano passado, mas não ficará somente nisso. A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) anunciou um reajuste de 9% nas tarifas a partir de amanhã. O reajuste foi obtido a partir da variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e do preço do óleo diesel. 

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Os combustíveis também sofreram ajustes em comparação a 2015. O Dieese apurou que a correção média foi de 10%, podendo variar acima dos 20% dependendo do combustível escolhido pelo consumidor. Com o desaquecimento da demanda em função da crise econômica, o setor aéreo também remarcou as tarifas. Segundo dados da Associação Brasil das Empresas Aéreas (Abear), o aumento foi de 18,3%. Do ano passado até hoje, mais de três milhões de passageiros deixaram de ser transportados em 2016.

Querosene, taxas aeroportuárias e salários pesaram no aumento dos custos operacionais, e para debelar os prejuízos, as aéreas promoveram corte de funcionários, destinos e suspenderam ou cancelaram a aquisição de novas aeronaves. A aviação doméstica brasileira registrou em maio baixa de 7,7% no movimento na comparação com maio do ano passado. Esse é o décimo resultado mensal negativo consecutivo e o pior resultado, em termos absolutos, desde maio de 2012. 

Tarifa

O agricultor Marcos Reges aproveitou as férias dos filhos Márcio e Mardesson para visitar os familiares em Tauá, interior cearense. O olhar de quem aguardava ansiosamente a chegada do ônibus não conseguia disfarçar a apreensão provocada pelo custo dos três bilhetes. “Paguei R$ 1.350 para rever os parentes lá no Ceará. Se eu não tivesse trabalhado para juntar o dinheiro, ficaria por aqui mesmo. No fim é o pobre que sofre”, lamenta.

Após um período de quatro anos, a doméstica Rejane Sousa conseguiu uma brecha para ir à sua cidade natal – Codó, no Maranhão. Questionada pela reportagem de O HOJE, ela acredita que o reajuste não foi expressivo em relação à última vez que utilizou o transporte coletivo interestadual. “Acho que está mais ou menos o que paguei lá atrás, mas a qualidade dos ônibus parece ter melhorado bastante. Não ficando parada na estrada e chegando rápido no destino, é o que vale”, diz.

Demanda

Apesar do cenário econômico sombrio, a Rodoviária de Goiânia estima receber 1,3 milhão de pessoas em julho, um aumento de 50% nos embarques e desembarques de passageiros em relação a períodos normais. Os destinos mais procurados nessa época do ano em Goiás são cidades turísticas, como Aruanã, Caldas Novas e Três Ranchos. Fora do estado, destacam-se Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo.

De acordo com a administração da Rodoviária, pelo menos dois mil novos horários serão disponibilizados para atender a demanda. Para acompanhar o aumento de pessoas transportadas, o terminal terá um reforço de 30% no efetivo de segurança, limpeza e informação ao passageiro. 

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