Segunda-feira, 01 de julho de 2024

Advogados não descartam delação

Ao longo destes cinco anos em que manteve a Delta Engenharia, Cavendish e Cachoeira utilizaram 18 empresas de fachada, criadas para sustentar o esquema de lavagem de dinheiro

Postado em: 01-07-2016 às 23h00
Por: Sheyla Sousa
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Ao longo destes cinco anos em que manteve a Delta Engenharia, Cavendish e Cachoeira utilizaram 18 empresas de fachada, criadas para sustentar o esquema de lavagem de dinheiro

Preso na manhã desta quinta-feira (30), o contraventor Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, já negocia, na Justiça Federal, uma delação premiada para reduzir sua pena, caso seja condenado no esquema de lavagem de dinheiro, investigado pela da Operação Saqueador, da Polícia Federal (PF). Cachoeira e o empreiteiro Fernando Cavendish teriam desviado R$ 370 milhões em recursos destinados a obras públicas, principalmente no Estado do Rio, ao longo do governo do jornalista Sergio Cabral Filho.

Ao longo destes cinco anos em que manteve a Delta Engenharia, Cavendish e Cachoeira utilizaram 18 empresas de fachada, criadas para sustentar o esquema. Cachoeira foi preso na capital goiana e Cavendish, foragido da Justiça, teve seu apartamento no Leblon, bairro chique na Zona Sul do Rio, revistada por agentes da PF, que levaram um cofre e documentos.

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Na denúncia do MPF oferecida à Justiça Federal, 96,3% do faturamento da Delta entre 2007 e 2012 foram amealhados em verbas públicas, chegando a R$ 11 bilhões. A denúncia foi oferecida contra 23 pessoas, incluindo Cavendish, Cachoeira, o doleiro Adir Assad, Marcelo Abbud e proprietários e contadores de empresas fantasmas — segundo nota divulgada nesta manhã pela Procuradoria Regional da República do Rio.

Carlinhos Cachoeira foi preso em 2012, na Operação Monte Carlo, o que levou o senador Demóstenes Torres à perda do mandato de senador e a uma briga pública com o ex-companheiro de partido, no Democratas, e também senador Ronaldo Caiado. Torres fez uma série de denúncias cifradas contra o político goiano, hoje um dos principais adeptos da cassação da presidenta Dilma Rousseff.

Segundo a denúncia do MPF, as empresas fantasmas só existiam no papel e não dispunham de sedes, funcionários e qualquer reciprocidade entre a receita milionária e a movimentação financeira identificada pela Receita Federal. Como informou o MPF, estas empresas utilizavam os serviços dos mesmos contadores. 

 

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