Goiânia vai ganhar praça de museus

Plano pode transformar sete prédios da Praça Cívica em espaços de resgate histórico e cultural

Postado em: 08-07-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Plano pode transformar sete prédios da Praça Cívica em espaços de resgate histórico e cultural

Deivid Souza 

Um ambicioso plano de revitalização e requalificação pode dar nova cara e função a sete edifícios instalados no coração de Goiânia. A implantação do Circuito Cultural Praça Doutor Pedro Ludovico Teixeira (Praça Cívica) prevê que os espaços, que em sua maioria abrigam órgãos públicos, se tornem museus modernos para contar a história de construção da capital, costumes dos goianos e aprimorar a guarda de acervos importantes, entre outras funções.

O objetivo da execução do plano, que começou a ser pensado em março deste ano, é garantir a preservação e o aproveitamento do espaço pela comunidade por meio da arte, literatura, música, história, dentre outras manifestações culturais. Pela proposta, os sete prédios (confira quadro nesta página) que abrigariam museus e centros culturais seriam interligados por meio da Alameda Cultural. O circuito cultural foi idealizado pelo governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Educação, Cultura e Esporte (Seduce).

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O plano foi apresentado no início deste mês pelo governador Marconi Perillo e pela secretária de Educação, Cultura e Esporte (Seduce), Raquel Teixeira, à presidente nacional do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Kátia Borgéa, e à superintendente do órgão em Goiás, Salma Saddi. O intuito da apresentação é conseguir apoio financeiro para bancar o plano, cujos custos estão sendo levantados, e serão destinados à elaboração de projetos de revitalização e musealização, bem como execução dos mesmos e ações de comunicação.

Os recursos financeiros podem vir de parcerias com a iniciativa privada e do PAC Cidades Históricas do governo federal, entre outras fontes. A previsão da Seduce é que, caso a liberação dos recursos financeiros aconteça ainda este ano, a elaboração dos projetos pode ser concretizada até dezembro e em 2017 aconteceria o processo licitatório e o início das obras.

A secretária Raquel Teixeira defende que a realização do plano vai garantir a apropriação da praça por parte das pessoas. “A Praça Cívica vai voltar a ser o ponto aglutinador da vida das pessoas. Nós estaremos dando um aspecto completamente novo: Goiânia na sua tradição mais profunda, integrada com toda modernidade que os espaços interativos de hoje permitem no mundo”, almeja.

Vontade

A capital é reconhecida pelo Iphan como Patrimônio Nacional em função do conjunto arquitetônico em estilo art déco. Para Kátia, este é um dos pontos fortes do plano. “O Iphan tem todo interesse nessa parceria. Já começamos com a Praça Cívica e vamos apoiar o governo do Estado nessa ideia brilhante que é transformar a Praça Cívica e seu conjunto arquitetônico em um grande centro cultural do Brasil”, afirmou Kátia após a apresentação.

 Projeto pode influenciar novas intervenções 

O estilo art decó surgiu em 1925, em Paris na Franca, durante a Exposição Internacional das Artes Decorativas e Industriais Modernas e influenciou a arquitetura, desenho industrial, moda, artes plásticas e gráficas, além do cinema. O art decó chegou ao Brasil na década de 1930 e é uma das marcas da arquitetura dos prédios erguidos à época.

O chefe do Núcleo de Obras e Recuperação do Patrimônio da Seduce, Marcílio Lemos, acredita que a realização do circuito cultural influenciará novas intervenções no centro de Goiânia. “Se nós restaurássemos somente um edifício do Centro, iria acontecer um processo de contaminação, os outros edifícios iriam ser revitalizados na sequência. A Praça Cívica, com certeza, pode servir de exemplo para o centro comercial, não temos dúvida nenhuma”, destaca.

Durante a elaboração do plano, os responsáveis fizeram visitas técnicas a experiências semelhantes e bem sucedidas em outras cidades como Belo Horizonte.

Para a superintendente de Patrimônio Histórico e Artístico da Seduce, Tânia Mendonça, os prédios têm um papel histórico. “Cada um deles tem a sua história do ponto de vista arquitetônico, do ponto de vista da ocupação e nós vamos fazer uma pesquisa da ocupação de cada edifício. Essa pesquisa é um compromisso com história”, frisa. 

 

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