Por falta de manutenção, Eixo Anhanguera fica sem Guarda

GCM anunciou que equipes deixam o serviço em plataformas e terminais por falta de condições de trabalho

Postado em: 09-07-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa

Karla Araujo­

A Guarda Civil Metropolitana (GCM) colocou fim ao programa Eixo Mais Seguro, iniciado em dezembro do ano passado nas plataformas e terminais que atendem às linhas do Eixo Anhanguera – Novo Mundo, Padre Pelágio, Dergo, Praça A e Praça da Bíblia. O comandante da GCM, Elton Magalhães, afirma que a mudança foi necessária diante da falta de condições de trabalho que, segundo ele, deveria ser providenciada pela Metrobus, empresa responsável pela administração do Eixo.

De acordo com Magalhães, a Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária do Estado de Goiás (SSPGO) disponibilizou seis viaturas para GCM fazer a segurança dos usuários do Eixo Anhanguera, mas a manutenção dos veículos era de responsabilidade da Metrobus. “Apenas três viaturas rodaram nos últimos três meses. Faltava combustível ou os carros tinham algum problema mecânico que nunca era resolvido”, diz o comandante.

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Desde dezembro do ano passado, a GCM realizou 2.316 abordagens em terminais e plataformas do Eixo Anhanguera. Além disso, foram feitas 1.978 rondas em terminais, 75 prisões, 62 apreensões de armas de fogo e armas brancas, 16 veículos foram recuperados e 375 apoios realizados – quando a viatura foi solicitada em um local próximo ao ‘Eixão’. Segundo o comandante, 80 guardas municipais trabalharam no programa nos últimos sete meses e, com a mudança, foram deslocados para outras escalas de atribuição da GCM. Os dados da GCM apontam ainda que a quantidade de crimes diminuiu 70% durante a ação das equipes.

Segurança

Sônia Soares de Souza, 37, lamenta que o serviço não seja realizado mais pelas equipes da GCM. “Eu não os via com frequência, mas qualquer ajuda contra os assaltos é bem vinda. Se eles saírem, a situação, que já é ruim, vai piorar”, afirma Sônia, que está desempregada. Ela conta que a filha mais velha, Jéssica Souza, 21, já foi assaltada dentro de um ônibus. Junto com a filha caçula, Laura Cristina de Souza, 11 anos, e a mãe, Erestina Soares da Costa, 65, Sônia diz que fica ainda mais atenta aos pertences quando entra na plataforma do Eixo. 

A estudante Ariana Ramily Batista Vieira, 21, também se preocupa com a saída da GCM, mesmo acreditando que o trabalho realizado poderia ter sido melhor. “Já tentaram me roubar e não conseguiram, mas já vi pessoas sendo assaltadas dentro do ônibus. Não via as equipes da Guarda com frequência, mesmo assim havia resultado, mesmo que pequeno”, lamenta a jovem. 

Consequência

Em nota, a Metrobus informou que não foi notificada da decisão da GCM em colocar fim ao Eixo Mais Seguro. No texto, a empresa ressalta que cumpriu com todo o acordo estabelecido com a Corporação, “como fornecimento de veículos, plotagem, manutenção e abastecimento dos carros além de aparelhos celulares para as viaturas”. Para a segurança dos usuários do Eixo Anhanguera, a Metrobus informa que continua com vigilantes em todas as plataformas e terminais, além do videomonitoramento feito através do Centro Integrado de Inteligência Comando e Controle da Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária (SSPAP), no Setor Aeroviário, onde há comunicação direta de ocorrências ao longo do Eixo Anhanguera. A empresa ainda ressaltou que o programa “Terminal Seguro”, da Polícia Militar, continua. 

De acordo com Elton Magalhães, a Metrobus foi informada da retirada dos guardas das plataformas e terminais, pois “diversas reuniões foram realizadas para tentar solucionar o problema”. Ainda segundo o comandante, o diálogo continua aberto e o programa pode voltar a existir, caso um novo acordo seja firmado entre GCM e Metrobus. 

 

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