Segunda-feira, 01 de julho de 2024

Com R$ 5 bi por ano seria possível zerar desmatamento no Brasil

Pesquisadores concluíram que com R$ 5,2 bilhões por ano, seria possível zerar todo o desmatamento no Brasil até 2030

Postado em: 14-07-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Pesquisadores concluíram que com R$ 5,2 bilhões por ano, seria possível zerar todo o desmatamento no Brasil até 2030

Da redação 

Um estudo feito por pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) mapeou todo o território onde se tem os menores custos ou maiores ganhos de proteger florestas em troca dos serviços que ela presta. 

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A ideia foi avaliar as melhores oportunidades para adotar o chamado Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), em que o proprietário de terra é remunerado para não desmatar ou recuperar uma vegetação a fim de preservar os recursos hídricos, absorver carbono da atmosfera (ou evitar sua emissão) e proteger a biodiversidade.

Analisando o custo de oportunidade da terra em todo o País, os pesquisadores concluíram, por exemplo, que com R$ 5,2 bilhões por ano, seria possível zerar todo o desmatamento no Brasil até 2030, considerando uma projeção de que 20,5 milhões de hectares (205 mil km²) estariam na linha de corte nos próximos 15 anos – a maior parte no Cerrado. Isso evitaria as emissões de até 5,6 bilhões de toneladas de gás carbônico (CO2).

O cálculo considerou que um pagamento máximo de R$ 402,57 por hectare por ano (mediana do custo de oportunidade da terra no Brasil) seria o suficiente, uma vez que boa parte da retirada de vegetação ocorre em áreas que, uma vez abertas, vão render ao proprietário muito pouco depois, como nos casos de pecuária extensiva e pouco produtiva na Amazônia.

Além de que, se cometer um desmatamento ilegal, por lei o dono da terra tem de recuperá-la. Se, em vez disso, ele for pago para preservar, saem ganhando ele, o ambiente e o entorno. “O ganho que se tem com o desmatamento que persiste é baixo comparado com a recuperação depois, da ordem de grandeza de dez vezes”, afirma Carlos Eduardo Young, coordenador do estudo. 

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