Aterro sanitário tem sobrevida de apenas 5 anos

Prefeitura de Goiânia estuda expansão do depósito, mas faltam recursos

Postado em: 20-07-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
Imagem Ilustrando a Notícia: Aterro sanitário tem sobrevida de apenas 5 anos
Prefeitura de Goiânia estuda expansão do depósito, mas faltam recursos

Deivid Souza

O aterro sanitário de Goiânia tem vida útil estimada em 5 anos, de acordo com o presidente da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg), Edilberto Dias. A Prefeitura de Goiânia estuda expansão do depósito, mas por enquanto faltam recursos financeiros. Só a retirada de uma rede de transmissão de alta tensão que passa pelo local do prolongamento custaria R$ 5 milhões. Com a expansão, o tempo de aproveitamento do aterro passaria para 30 anos.

Continua após a publicidade

Uma das alternativas que vem sendo estudada é a instituição de Parceria Público Privada (PPP) para gerenciamento dos resíduos sólidos já que o aterro pode gerar retorno financeiro, inclusive por meio do aproveitamento do biogás, gerado pelo processo de decomposição do lixo. Outro dado que mostra o potencial de riqueza do lixo é que apenas 10% do que vai para o aterro não pode ser aproveitado.

A Comurg vem trabalhando ao longo dos últimos anos para reduzir o volume que é destinado ao depósito. Uma delas foi a instituição do Programa de Coleta Seletiva. Embora importante, ele absorve aproximadamente 3% dos resíduos da capital. O volume coletado é maior, mas como a separação, em muitos casos, é feita de maneira inadequada, nem tudo pode ser aproveitado.

A mudança na coleta dos grandes geradores de lixo é um dos fatores que pode tornar a Comurg mais interessante economicamente, apesar de a empresa não ter levantamento de quanto seria a economia e o valor cobrado dos geradores. Os estabelecimentos que geram mais de 200 litros de lixo diário estão sendo notificados pela empresa a assumir o destino dos resíduos ou se cadastrarem para que o serviço seja cobrado por tonelada.

Sustentabilidade

O presidente da empresa defende que o decreto municipal tem “caráter verde” e que é uma forma de pressionar os locais a fazerem a separação do lixo e contribuir com a coleta seletiva. “Essa coleta seletiva continua gratuita. O intuito é diminuir o volume que é enviado ao aterro. Temos estabelecimentos que já diminuíram entre 30% e 40% o peso do que nós coletamos por meio da separação do lixo”, enfatiza Edilberto.

Embora 138 grandes geradores já tenham suspendido a coleta por parte da Comurg, representantes de condomínios, associações comerciais e industriais pedem prorrogação de aplicação da mudança. O assunto foi discutido em uma audiência pública na Câmara de Vereadores ontem.

“Nós estamos lutando aí junto aos poderes públicos para que a vigência desta lei seja postergada, e antes de tudo seja amplamente discutido o assunto da forma que está sendo feito hoje aqui nesta audiência pública”, disse o assessor jurídico da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis em Goiás (ABIHGO), Cassius Fernando de Oliveira. 

Arrecadação não vai ficar com Comurg, diz presidente 

A vereadora Cristina Lopes (PSDB), que promoveu a reunião, questiona os critérios de aplicação da mudança e o destino da receita a ser gerada. “O dinheiro deve ser investido em benefício da população. Nós temos um pedido aqui, quase que diário, para a instalação de academias ao ar livre, e a Comurg afirma que não tem recursos. Então, seria uma grande oportunidade para dar um retorno para a população”, defende.

O presidente da Comurg, Edilberto Dias, afirmou que o valor não ficará com a empresa. Segundo ele, este será repassado diretamente para o Tesouro Municipal.

Os critérios para classificação como grande gerador de lixo e a forma de pesagem são as principais dúvidas dos representantes classistas. O diretor executivo da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) em Goiás, Frederico Costa, avalia que no futuro haverá benefícios, mas pede mais tempo para adequação. “A médio e a longo prazo isso aí vai acabar se revertendo em um fator positivo para o estabelecimento, é claro que cada um vai ter que se adequar à questão da separação dos resíduos sólidos e dos orgânicos. A Abrasel não é contra a Lei, a questão é que foram todos pegos de surpresa e ficaram algumas dúvidas quanto à aplicação desta Lei”, frisou.

Notificação

A Comurg tem notificado entre cinco e dez estabelecimentos por dia. Após a notificação, eles têm dez dias para se adequar à nova norma. Até o momento, 13 empresas fizeram o cadastro junto à Comurg para prestar o serviço aos grandes geradores enquadrados na lei.

 

Veja Também