Sede da PF é alvo de disparos

Balas atingiram prédio da Polícia Federal e uma grade do Parque Areião, que seria o local dos disparos, segundo uma das linhas de investigação

Postado em: 21-07-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa

MARDEM COSTA JR.

Oprédio da Superintendência da Polícia Federal (PF) em Goiás foi alvo de um atentado na noite de terça-feira (19). As balas atingiram vidraças da recepção, a fachada do local e uma grade do Parque Areião, que fica em frente ao imóvel. O tiroteio começou às 23h30, segundo agentes que estavam no edifício-sede da corporação federal, localizado no Setor Marista, em Goiânia.

Existe a suspeita de que os tiros foram efetuados de uma arma de grosso calibre – especula-se uma carabina com calibre acima de 40 – de dentro do parque, que teve uma área de 400 m² isolada para o trabalho da perícia. Os peritos passaram a manhã e começo da tarde buscando cápsulas de balas ou outros objetos que colaborassem com as investigações. Guardas municipais que vigiam o Areião deram apoio aos servidores da PF durante o procedimento.

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As investigações ocorrerão em sigilo e somente após a conclusão, os detalhes serão conhecidos publicamente. Apesar do ocorrido, a Polícia Militar de Goiás (PMGO) não foi acionada na ocasião. No entanto, segundo a assessoria de Comunicação da PF, os policiais militares auxiliarão os federais na elucidação do caso.

O presidente do Sindicato dos Policiais Federais em Goiás (Sinpef-GO), Ivo Arruda Filho, critica a omissão dos gestores públicos. Ao ver dele, o caso é mais um reflexo do descaso do Poder Público com a população. “Lamentamos o fato de que sirva como um alerta para a falta de comprometimento das autoridades federais e estaduais com a segurança pública. O crime está cada vez mais organizado. Com isso sofre a sociedade, e agora, a polícia”, pontua. 

Ivo anuncia que a categoria vai se mobilizar para garantir melhores condições de trabalho. “Alguma coisa tem que ser feita, não podemos ficar refém do crime. Vamos reagir, buscar força, vamos cobrar condições e atitudes das autoridades competentes”, finaliza.

Receio

O reforçou a preocupação de moradores e freqüentadores do Parque Areião quanto à segurança do local, situado numa das regiões mais valorizadas de Goiânia. A falta de policiamento é queixa constante. “Escutei os tiros e fiquei com medo. Mesmo com a presença da Polícia Federal, sinto que o policiamento está muito distante daquilo que deveria ser”, protesta o estudante Raul Freitas, 26.

A design de interiores Patrícia Bueno, 48, costuma caminhar com frequência no Areião e  acredita que o atentado pode ter alguma relação com o trabalho dos policiais federais. “Penso que as últimas operações feitas por aqui, especialmente a Lava-Jato, mexeram com interesses de gente muito poderosa e isso pode ser uma reação. Se a PF, que é um dos últimos guardiões da segurança, não está imune, quem estará?”, questiona.

A Polícia Federal instaurou ontem um inquérito policial para apurar as circunstâncias e os responsáveis pelo atentado. A corporação repudiou o acontecido e alega que “o crime afronta o Estado Democrático de Direito e reafirma seu comprometimento com o combate ao crime organizado”. 

 

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