Explosões amedrontam clientes de agências

Milleny Cordeiro

Ir a uma agência bancária em Goiânia ou a um simples terminal de auto atendimento tem sido motivo de medo para algumas pessoas ultimamente. Só nesta última quarta-feira (20), Goiás registrou duas explosões em caixas eletrônicos: uma em Luziânia, no entorno do Distrito Federal; a outra em Trindade, mais especificamente na praça onde está localizada a Prefeitura da cidade. O caso é mais um a ser investigado pelo Grupo Antirroubo a Banco, da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (DEIC). 

Na madrugada desta quinta-feira (21), mais uma ocorrência foi registrada. Desta vez os criminosos agiram em Goiânia e explodiram o caixa eletrônico do banco Santander, destruindo a agência, localizada na avenida Dom Emanuel, próxima a Pio XII, no Setor Rodoviário. Murilo Magno, empresário de 34 anos, é cliente da agência, porém, não se sentiu muito incomodado com o ocorrido. Ele utiliza a internet constantemente para efetuar pagamentos e demais procedimentos e só vai ao banco quando não tem alternativa. “Não me assusta todo o ocorrido porque essas explosões só acontecem em horário não comercial”, diz. 

Por outro lado, algumas pessoas tem sido cautelosas quando o assunto é ir a uma agência. O medo tem crescido devido aos casos recorrentes de explosões em caixas eletrônicos e têm assustado alguns, como é o caso do José Ricardo, 47, cliente do Bradesco. A agência fica exatamente em frente à do Santander, onde houve a explosão. Para José Ricardo, uma medida preventiva é se dirigir aos bancos no período diurno, antes das 19h, 20h, onde o perigo ameaça ser menor. 

O comerciante Valdivino Lourenço da Silva, 37, é outro adepto dessa medida. Devido ao medo, acentuado nos últimos dias, ele se desloca ao banco apenas nos períodos da manhã e tarde. “Eu penso que seria melhor se os bancos colocassem seguranças durante a madrugada, acho que os crimes diminuiriam mais”, afirma. 

A situação piora quando a atenção se desloca para municípios menores do Estado, em que há a disponibilização de apenas uma agência bancária, como é o caso de Itauçu, a 59 km da capital. Vanuza Campos, 41, e David Lourenço, 34, são do município de Edéia, localizada no Sul Goiano. De acordo com o casal, há pouco tempo a cidade também sofreu com a explosão de um caixa eletrônico, prejudicando o atendimento da população devido à demora nas reformas. 

Ação Policial

O trabalho conjunto entre forças policiais de Goiás desmantelou, no período de três meses, 10 quadrilhas especializadas em assaltos a bancos e explosões de caixas eletrônicos que agiam por todo o Estado. Os grupos criminosos faziam uso de armamentos e explosivos pesados. A Secretaria de Segurança Pública informou a prisão de 42 suspeitos de terem praticado esse tipo de crime.

A força-tarefa que desarticulou ações de criminosos no Estado será mais atuante com a integração das inteligências de sete estados (GO, TO, RO, MT, MS, DF e MA) que compõem o Consórcio Interestadual de Desenvolvimento do Brasil Central.