Cuidados podem reduzir mortalidade infantil

OMS cobra de países avanços nas políticas públicas de saúde

Postado em: 25-07-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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OMS cobra de países avanços nas políticas públicas de saúde

Deivid Souza

A prematuridade é a principal causa da mortalidade infantil no Brasil. Ainda que a morte dos bebês nos primeiros cinco anos de vida tenha caído pela metade nos últimos 25 anos no mundo – e tenha avanços aqui – de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), ainda existe um grande desafio a ser vencido. Por este motivo, a organização tem cobrado dos governos nacionais a adoção de estratégias para reverter a situação.

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O Brasil é tido como um dos dez países em número nascimentos antes das 37 semanas: 279.300 – 12 mil delas morrem por complicações em sua saúde. Os principais fatores que contribuem para o indicador são: ausência de planejamento familiar, carência de medicamentos específicos para os prematuros e falta de técnicas de tratamento adequado para os bebês.

Graças ao planejamento familiar, pré-natal e tratamento adequado o João Guilherme está ganhando peso e logo estará em casa. Tudo ia bem com o pré-natal até que no sexto mês, a mãe dele, Dhiulia Alves, 19, começou a ver a pressão subir e o corpo inchar bastante. Diante dos sinais, o médico não teve dúvida, a encaminhou para uma cesariana aos sete meses de gestação. “Eu nunca pensei que eu ia ter ele prematuro. Fiquei com medo perder, no dia que ele (o médico) falou que ia fazer meu parto”, conta.

Dhiulia estava prestes a deixar o Hospital Materno Infantil (HMI), em Goiânia, onde João Guilherme nasceu no dia 15 de junho pesando 1.585 gramas. Na quarta-feira (20), quando falamos com ela, ele já pesava 2.160 gramas e se alimentava diretamente no peito. A mãe do garoto se mudou de Barro Alto a 200 quilômetros da capital, na Região Central do Estado, para acompanhar o tratamento.

“Eu aprendi a dar banho nele, eu tinha medo porque ele era pequeninho, faço o canguru, troco a fralda dele”, explica os cuidados.

Benefícios

O Método Canguru que ela fala é o nome popular da Norma  de Atenção Humanizada ao Recém-Nascido de Baixo Peso. A proposta é oferecer atendimento humanizado e promover a aproximação entre a mãe e o bebê para que seja fortalecido o vínculo afetivo durante os cuidados intensivos. O bebê passa algumas horas por dia junto ao corpo da mãe. Isso possibilita, que haja uma troca bacteriana e que ele ouça o coração da mãe e reconheça o cheiro da mesma, possibilitando mais segurança para o recém-nascido.

A coordenadora estadual do Método Canguru e neonatologista do HMI, Bárbara Gomes, ressalta os resultados da aplicação das ações. “O Método Canguru reduz em 48% a mortalidade infantil em prematuros”.

Os resultados da unidade levaram o Ministério da Saúde (MS) a reconhecer, este mês, o HMI como referência na atenção especializada à mãe e ao bebê prematuro. O Método Canguru foi inicialmente idealizado na Colômbia no ano de 1979, no Instituto Materno Infantil de Bogotá, pelos Dr. Reys Sanabria e Dr. Hector Martinez. 

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