Missão cumprida! Sandro foi de Aparecida a Belém

Deivid Souza 

A meta do professor universitário e coordenador de Recursos Humanos da Faculdade Estácio, em Goiânia, Sandro Rodrigues, 45, foi superada. Ele saiu de Aparecida de Goiânia no dia 2 com o objetivo de pedalar até Belém (PA) por 25 dias. No entanto, o ciclista levou apenas 16 dias para cumprir o percurso de aproximadamente 2 mil quilômetros. Para isso, ele pedalou entre 130 e 174 km durante períodos de até 12 horas.

Antes de partir, ele conversou com a reportagem do O HOJE e disse que a viagem, que faz parte do projeto pessoal chamada Brasil de Norte a Sul, seria uma jornada ideológica de superação, autoconhecimento e “aperfeiçoamento como: profissional, pai e esposo”. Sandro é portador de uma síndrome perigosa e rara, a Imunodeficiência Comum Variável, o que o deixa vulnerável a infecções.

O objetivo da experiência foi cumprido. “Eu conheci muitas histórias e as pessoas foram muito receptivas, os maranhenses principalmente e os paraenses e tocantinenses também. Eu pude mostrar que com esforço, com preparo é possível você alcançar seus objetivos. Quando eu contava minha história às pessoas entendiam isso”, pontua.

Com a divulgação da história por O HOJE e outros veículos de comunicação, em vários locais que o ciclista passou as pessoas já o esperavam às margens da rodovia. Um grupo de ciclistas que seguia da Região Norte para a abertura dos Jogos Olímpicos Rio 2016 já aguardavam o momento de cruzar com Sandro.

Dificuldades

Uma das surpresas, além de 14 furos no pneu, foi o tempo mais longo das noites. “Às vezes o pneu furava e me impedia de ir em frente. Eu também passei muito frio, tanto que a minha boca rachou, mas à tarde era muito quente. Teve vez de eu parar 2 horas porque pensei que o pneu ia derreter”, relata.

Além do contato com os moradores dos municípios que cruzou, Sandro ressalta a convivência com os caminhoneiros como um dos fatos marcantes da experiência. “Quando eu parava ia falar com eles ou eles me procuravam e me contavam o que eu ia encontrar pela frente”, diz.

Apostando em muita hidratação e alimentação simples, o ciclista não teve o que reclamar. O desgaste físico foi pequeno, considerada a envergadura do desafio. O ciclista perdeu apenas 1,5 kg e não enfrentou câimbras. “Eu comia PF [prato feito] e não me aventurava a comer nada que eu não conhecesse para evitar problemas. O meu combustível era comida e eu comia toda vez que parava”, lembra.

Fé

Sandro conta que durante vários dias da jornada, um pássaro o acompanhava pela manhã. “Quando eu ia tirar a máquina para fazer uma foto ele desaparecia”, relata. O Projeto de Norte a Sul deve ter mais uma etapa em 2017, o destino, provavelmente, será o Rio Grande do Sul.

Nos próximos desafios Sandro deve contar com mais apoio. Empresas que não se interessaram pelo projeto inicialmente, mas que mudaram de ideia ao ver a repercussão dos posts nas redes sociais. No Facebook, há postagens com mais de 600 curtidas e inúmeros comentários, além de vídeos com mais de 3 mil visualizações.