Aterro de Aparecida vai gerar renda

Uma área de 62 mil metros quadrados pode ser usada para a implantação de uma usina de beneficiamento do lixo durante 20 anos

Postado em: 27-07-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Uma área de 62 mil metros quadrados pode ser usada para a implantação de uma usina de beneficiamento do lixo durante 20 anos


Deivid Souza 

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Os gastos com coleta e dispensa de lixo são quase um pesadelo para os gestores públicos. Além de envolver uma operação complicada e cara, a falta de perspectiva de retorno financeiro e o prejuízo ambiental que os resíduos podem causar preocupam prefeitos Brasil afora. Com o aprimoramento das tecnologias de tratamento de dejetos, empresas especializadas têm conseguido fazer dinheiro e contribuir com a sustentabilidade.

O município de Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital, estuda desde agosto do ano passado, uma saída inteligente para a questão. Depois de conhecer várias experiências, a gestão da cidade trabalha para que os resíduos já depositados no aterro sanitário possam ser convertidos em madeira sintética e óleo combustível.

Está em tramitação na administração municipal o processo licitatório para a constituição de uma Parceria Público Privada (PPP) com o objetivo de colocar em prática o projeto. A proposta é que o município ceda uma área de 62 mil metros quadrados ao lado do Aterro para a implantação de uma usina de beneficiamento do lixo durante 20 anos. A empresa vencedora do processo será responsável por fornecer a coleta seletiva de materiais recicláveis e também de objetos como móveis e eletrodomésticos, que passarão a ser matéria prima da usina, para a fabricação de madeira sintética e óleo combustível.

Os produtos do beneficiamento podem ser comercializados pela empresa. A Celg Geração e Transmissão já teria manifestado interesse no combustível. O investimento inicial ultrapassa a cifra de R$ 70 milhões e são necessários pelo menos um ano e meio para que o projeto saia do papel.

Certeza

Um grupo de empresários norteamericanos já participou de reuniões com a Prefeitura de Aparecida. “Representantes de fundos internacionais, que estão debruçados sobre essa tecnologia, estão querendo, evidentemente, investir não só no Brasil, mas em outros países africanos. Com isso, nos sentimos mais seguros de que estamos no caminho certo. Porque esses investidores, jamais vão colocar recursos em um tipo de atividade sem retorno”, enfatiza o secretário de Governo e Integração Institucional do município, Euler Morais.

No primeiro momento, a usina vai trabalhar com mais de R$ 1,8 milhão de toneladas depositadas no aterro. Posteriormente, os resíduos produzidos diariamente em Aparecida – aproximadamente 400 toneladas – também serão beneficiados pela empresa vencedora do processo.

Atualmente, o aterro sanitário de Aparecida está com a capacidade quase esgotada e precisará de mais uma expansão até o fim do ano. O serviço é prestado por uma empresa privada, mas o contrato vence no início de janeiro. O secretário já adiantou que haverá novo processo licitatório. 

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